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IFBA Simões Filho preserva a APA Joanes-Ipitanga
publicado: 29/06/2017 12h02, última modificação: 29/10/2019 15h03

Um grupo de cerca de 50 integrantes do conselho da APA Joanes-Ipitanga – que corta grande parte do IFBA Simões Filho – fez uma visita ao campus, sábado, 24 de novembro de 2012. Tendo à frente o gestor da APA, Geneci Braz, os visitantes fizeram uma trilha até à nascente do Rio Ipitanga, localizado na Lagoa dos Tocos, e também um replantio simbólico de mudas.

O IFBA Simões Filho tem mostrado como é possível promover um crescimento tecnológico com a garantia de preservação da biodiversidade. Cerca de 40% de toda a água potável consumida em Salvador e Região Metropolitana vem da Área de Preservação Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga, que cruza o campus e conta com ações institucionais de vigilância, conservação e recomposição da mata nativa, além da participação ativa de professores no Conselho que cuida desse verdadeiro oásis em meio a tantos centros industriais e petrolíferos.

A APA Joanes-Ipitanga tem uma área total de 64.463 ha, que inclui os municípios de Camaçari, Simões Filho, Dias D'Ávila, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Candeias, São Sebastião do Passé e Salvador.É uma das maiores áreas remanescentes da Mata Atlântica na Região Metropolitana, incluindo suas belas praias, dunas de vegetação de restinga e manguezais que abrigam espécies da fauna e flora de importância fundamental para o equilíbrio ecológico.

Geneci Braz, funcionário do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia (INEMA) e gestor da Apa Joanes-Ipitanga, explica que, dentre as riquezas encontradas no local, estão as praias e lagoas de Busca Vidas, Buraquinho, Jauá, Abrantes, as represas dos rios Joanes e Ipitanga, além de muitos outros recantos ecológicos.

A unidade de Simões Filho possui a maior área total de todos os campi do IFBA, com 340 mil m2, sendo que a área administrativa é de 6.708m2 e a área esportiva de 800m2. Todo o espaço restante comporta um verdadeiro tesouro de recursos animais, vegetais e minerais da Mata Atlântica. É a única instituição de ensino integrante do poder público situada em um dos municípios da APA Joanes-Ipitanga.

O IFBA Simões Filho tem sido de vital importância para a preservação da região, já que a nascente do Rio Ipitanga encontra-se justamente na área verde do campus. É um aquífero fundamental para a composição da bacia hidrográfica do Rio Joanes,”, explicou Braz.

O Conselho que cuida da Apa possui 45 membros. Em 2010, o IFBA entrou em contato com o INEMA e conseguiu eleger dois representantes para a instituição: as professoras Maria Helena Del Grande e Núbia Costa, posteriormente substituída pela professora Regina Palácio. “Antes da intervenção do IFBA, a área era muito vulnerável ao roubo de areia para construção, retirada de plantas nativas e caça, já que no local encontram-se aves raras, tamanduás, tatus, raposas, dentre outas espécies”, conta Del Grande.

Na ocasião, o aluno do 3º ano do curso de Petróleo e Gás Jaílton Júnior desenvolveu a pesquisa “Agenda 21 Escolar Para O IFBA Simões Filho”, que deu origem a um folder explicativo contendo um resumo dos tópicos mais importantes. O documento foi distribuído durante a Semana de Ciência e Tecnologia do IFBA-SF, que ocorreu entre 18 e 22 de outubro de 2010, com o intuito de informar e familiarizar a comunidade escolar sobre o tema.

As primeiras ações efetivas do IFBA para promover a segurança ambiental da APA em seu território foram cercar toda a área de preservação que cruza o campus, para evitar os saques,colocar placas de identificação, estabelecer rondas de segurança constantes, promover um Seminário de Restauração Ecológica e cuidar da restauração de plantas nativas. “Em 2010, 3.500 espécies da flora local foram plantadas. No início de junho deste ano, durante a Semana do Meio Ambiente, outras 1.500 mudas foram semeadas, com auxílio de alunos e servidores. Depois, todos formaram um círculo e fizemos uma pequena prece”, contou o diretor-geral do campus, professor Rúi Mota.

Preservar uma área com tantos recursos naturais não é tarefa fácil. O município de Simões Filho teve, em 2007, a população estimada em 110.340 habitantes, com área total de 192.163 km2. Tem como principal atividade produtiva o setor industrial, destacando-se o centro Industrial de Aratu (CIA) e o Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC). Além desse setor, pode ser mencionada a atividade agropecuária: cultivo de banana, coco-da-baía, cacau, manga, goiaba, laranja, pimenta do reino, além da criação de bovinos suínos e ovinos.

Os principais problemas ecológicos identificados na região são: o lançamento de esgotos domésticos e industriais nos rios e lagoas; ocupação humana em Áreas de Preservação Permanente – dunas, matas ciliares, manguezais, zona de preamar (que significa 60 m da maré alta) e margens das represas Joanes e Ipitanga; extração ilegal de areia, arenoso e barro; depósito irregular de lixo; desmatamento; queimadas e poluição atmosférica.

A professora Maria Helena Del Grande explica que, além da preservação da APA no perímetro do campus, o IFBA planeja ações de conscientização da comunidade sobre a importância de evitar ações que possam vir a por em risco os mananciais naturais. “De que adianta preservarmos a nascente, se logo na saída, quando o rio passa pela região da rodovia BR-324, a população despeja esgoto em natura no rio e destroe as matas ciliares?”, questionou.

Por esse motivo, o IFBA Simões Filho tem projetos para a formação de monitores ambientais com a estrutura da escola para orientar a comunidade, além de abrir o espaço para visitação e promoção de pesquisas científicas. “Mesmo com a aplicação de multas – que vão para um fundo de preservação ambiental – é importante inserir a comunidade na conservação da biodiversidade local”, acrescentou Del Grande.

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