Ministério do Meio Ambiente certifica IFBA como instituição de ensino protetora da camada de ozônio
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), por meio do projeto de extensão “Boas Práticas em Refrigeração”, realizado no campus Salvador, recebeu o título de instituição de ensino protetora da camada de ozônio.
A certificação foi recebida na tarde da última segunda-feira (16), em evento realizado na cidade de São Paulo pela Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A data foi escolhida por ser o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, quando nações do mundo comemoram o sucesso alcançado por meio do Protocolo de Montreal para a proteção da camada de ozônio. Por isso, o evento teve como objetivo celebrar essas iniciativas realizadas no Brasil.
Participaram do encontro representantes do próprio MMA, do Ministério de Minas e Energia, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de associações do setor de refrigeração, de instituições de ensino, de empresas privadas, da sociedade civil e de organismos internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) - agência implementadora líder do Protocolo de Montreal -, da UNIDO, que é a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento industrial e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), que é a agência alemã de cooperação internacional.
O IFBA foi representado pelos professores que atuam no Núcleo de Refrigeração, Climatização e Automação (NRCA), Luanda Kívia, diretora geral do campus Salvador, e Luiz Gustavo Duarte, diretor administrativo local. O projeto de extensão “Boas Práticas em Refrigeração”, aprovado em edital do MMA, é coordenado pelos professores Antônio Gabriel Almeida e Luiz Gustavo. A ação extensionista teve seu primeiro convênio assinado em 2014 e conta com a participação dos outros professores do NRCA, em ações como o curso gratuito “Boas Práticas para Melhor Contenção de HCFC-22 em Sistemas de Ar Condicionado do tipo Janela e Mini-Split”, primeira turma no Nordeste do país que capacitou mulheres nessa área e foi ministrada entre os meses de setembro e outubro de 2023 por Luanda. Até aqui, o IFBA treinou na primeira etapa do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) mais de 2 mil técnicos/as em refrigeração. Na segunda foram mais de mil treinados/as.
“Ser reconhecida pelo Ministério de Meio Ambiente e todos os agentes envolvidos no PBH como uma instituição que contribui para a proteção da camada de ozônio, por atividades desenvolvidas a partir de um projeto de extensão, além de ser uma honra, nos alegra pois mostra que estamos trabalhando em conformidade com nossa missão institucional que é promover a formação do cidadão histórico-crítico, oferecendo ensino, pesquisa e extensão com qualidade socialmente referenciada, objetivando o desenvolvimento sustentável do país.”, comentou Luanda.
Implementação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal
Presentes em São Paulo para receber esse certificado em nome da instituição, Luanda e Luiz Gustavo também foram convidados para participar do Seminário "Estratégia Geral para Implementação da Emenda de Kigali no Brasil", que ocorreu na terça-feira (17) e discutiu a preparação da estratégia para reduzir o consumo dos Hidrofluorcarbonos (HFCs) a partir da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, ratificada pelo Brasil em agosto de 2022.
A previsão é que a estratégia dessa emenda seja implementada entre os anos de 2026 e 2045 para a não emissão de 79,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. O índice é calculado quando multiplicamos as toneladas emitidas de gases de efeito estufa pelo seu potencial de aquecimento global, comparando as emissões de diversos gases de efeito estufa com base na quantidade de dióxido de carbono que teria o mesmo potencial de aquecimento global.
Os HCFCs são substâncias destruidoras da camada de ozônio e utilizados extensivamente em setores industriais como refrigeração, espumas, solventes, aerossóis e extinção de incêndio como substitutos dos Clorofluorcarbonetos (CFCs). Compostos voláteis de hidrocarbonetos usados como fluidos refrigerantes, os CFCs causam grande impacto na camada de ozônio e que estiveram na composição química de muitos aerossóis no passado.
O Protocolo de Montreal foi assinado em 1987 e tornou-se efetivo a partir de 1989. Essa parceria internacional envolve atualmente 198 Partes entre todos os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), a União Europeia, dois Estados insulares e a Palestina.
Importância da camada de ozônio
A camada de ozônio age com uma espécie de escudo que protege animais, plantas e seres humanos no planeta Terra pois o ozônio é o único gás que filtra a radiação ultravioleta do tipo B, nociva aos seres vivos. Sem essa camada, os raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as formas de vida no planeta. A pequena porção da radiação que hoje atinge a superfície da Terra, por exemplo, provoca câncer de pele, que mata milhares de pessoas por ano em todo o mundo, e afeta também o sistema imunológico, minando a resistência humana a doenças.
Também acredita-se que níveis mais altos da radiação podem diminuir a produção agrícola e ameaçar a vida marinha, especialmente o plâncton (plantas e animais microscópicos) que vive na superfície do mar e absorvem mais da metade das emissões de dióxido de carbono do planeta.
Além dos CFCs, HCFC e HFCs, outras substâncias químicas como os óxidos nítricos e nitrosos, expelidos pelos exaustores dos veículos, e o dióxido de carbono produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, também destroem o ozônio quando reagem com ele e contribuem para o aquecimento global.
Fotos: Acervo Pessoal
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