Setembro Amarelo - Como as nossas emoções podem influenciar a nossa saúde mental?
ESPECIAL
O mês de setembro é marcado pela conscientização sobre a prevenção do suicídio. A campanha Setembro Amarelo nos convida a olharmos para nós mesmo e para as nossas emoções.
Cuidar da saúde mental começa por aceitar que viver também é sentir. A gestão das emoções – a forma como reconhecemos, nomeamos e lidamos com as emoções de forma construtiva – contribui para a saúde emocional e previne o adoecimento mental e comportamentos autodestrutivos, incluindo as tentativas de suicídio/suicídio.
A gestão das emoções ou regulação emocional está alinhada ao conceito de Inteligência Emocional, amplamente difundido por Daniel Goleman (1995), a partir dos estudos de Salovey e Mayer (1990), que revelaram a importância do autoconhecimento emocional, da capacidade de monitorar os próprios sentimentos e emoções e os dos outros e do manejo dessas emoções como elementos fundamentais para a saúde emocional.
Para Goleman (2011, p. 65) “a aptidão emocional é uma metacapacidade que determina até onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos, incluindo o intelecto bruto”.
Pessoas com dificuldades em reconhecer, compreender e regular emoções negativas (como tristeza, raiva, vergonha, medo) são mais vulneráveis ao sofrimento psíquico e ao desenvolvimento de transtornos mentais. Estudos indicam a relação entre a gestão deficiente das emoções e distúrbios como ansiedade e depressão. Nesses casos, é comum o surgimento de padrões como ruminação, evitação de experiências emocionais e dificuldade de superação de experiências dolorosas, o que contribui para a manutenção do sofrimento e cria um feedback emocional destrutivo.
Devemos compreender que o sofrimento faz parte da experiência humana e saber lidar com emoções negativas é um dos maiores atos de cuidado que podemos ter com nós mesmos. Quando reconhecemos nossas emoções e damos espaço para elas, sem julgamento, abrimos caminho para a cura, para o crescimento e para o equilíbrio.
Falar sobre o que sentimos e buscar apoio quando necessário não é fraqueza, é autocuidado*.
Se você tem se sentido triste, vazio, sem esperança, tem se isolado do convívio com colegas e familiares ou apresentado dificuldades de relacionamento e de lidar com as suas emoções, procure ajuda psicológica.
*Falar sobre emoções com acolhimento é também uma forma de salvar vidas. A Reitoria desenvolve o programa de educação emocional “Estação das Emoções” para os servidores efetivos e terceirizados do IFBA, como parte integrante das ações da PASQUAV no eixo ações de promoção à saúde emocional e mental.
Realização
Departamento de Qualidade de Vida (DEQUAV)/COPSI/IFBA
Eliane Almeida Winck
- Enfermeira da Coordenação de Atendimento Psicossocial (COPSI) do Departamento de Qualidade de Vida do IFBA (DGP/DEQUAV/COPSI).
- Membro da Comissão Central e Local da PASQUAV na Reitoria.
- Autora e colaboradora do Programa de Educação Emocional “Estação das Emoções” em parceria com a psicóloga Anélia de Souza Monteiro.
- Mestranda do PPGA PCI IFBA UFPB. Desenvolve pesquisa que investiga a relação entre competências socioemocionais, saúde mental e bem-estar dos servidores do IFBA.
Referências
GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
SALOVEY, P.; MAYER, J. D. Emotional intelligence. Imagination, Cognition and Personality, v. 9, n. 3, p. 185-211, 1990.


