Pesquisa do campus Jacobina é um dos trabalhos de destaque em evento de Pesquisa do IFBA
Valorização econômica do resíduo da extração de cromita: Um estudo de viabilidade técnica para uso dos minerais do grupo do serpentinito. Esse é o título do trabalho desenvolvido pelo professor Jonei Marques e apresentado no V Congresso de Pesquisa, Pós- Graduação e Inovação/XXI Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e Inovação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), que ocorreu entre os meses de outubro e novembro de 2024.
O estudo foi um dos cinco trabalhos que recebeu premiação de “Trabalho Destaque”, na modalidade “Comunicações Gerais”. Segundo a comissão organizadora, "a escolha é um reflexo da relevância da pesquisa e da sua contribuição para o campo de estudo".
O estado da Bahia se destaca como o 3º maior produtor
de bens minerais e com maior diversidade de minérios produzidos. Em especial, a
produção de cromo (cromita) se destaca, pela vasta jazida na região de Campo Formoso e Andorinhas. Tal produção está
associada à geração de resíduo contendo outros minerais do grupo do serpentinito, rico em elementos como o magnésio e potássio, que podem ser usados na remineralização de solos, como adsorvente [superfície sólida insolúvel, geralmente porosa e com alta área de superfície, capaz de efetuar a adesão de moléculas insolúveis dispersas em um meio líquido ou gasoso] de gás carbônico, produção de cerâmicas e catalisadores.
A pesquisa investigou uma rota de processo para o minério serpentinito, de tal forma a mitigar, ou mesmo eliminar, as limitações à sua aplicação industrial, permitindo o uso direto na remineralização de solos e, consequentemente, aproveitamento econômico e valor agregado do minério.
Para tanto, foram realizados ensaios de extração e tratamento térmico na rocha, a fim separar o magnésio, de maneira economicamente viável, resultando em menor risco ambiental e custo na aquisição de adubo para a agricultura.
O estado da Bahia se destaca como o 3º maior produtor
de bens minerais e com maior diversidade de minérios produzidos. Em especial, a produção de cromo (cromita) se destaca, pela vasta jazida na região de Campo Formoso e Andorinhas. Tal produção está
associada à geração de resíduo contendo outros minerais do grupo do serpentinito, rico em elementos como o magnésio e potássio, que podem ser usados na remineralização de solos, como adsorvente [superfície sólida insolúvel, geralmente porosa e com alta área de superfície, capaz de efetuar a adesão de moléculas insolúveis dispersas em um meio líquido ou gasoso] de gás carbônico, produção de cerâmicas e catalisadores.
SAIBA MAIS
O campus Jacobina também teve outros trabalhos inscritos e apresentados no evento na área de engenharias: Estudo da cinética de moagem de um minério de ferro da região de Caetité, que contou com participação do estudante Levi Reis, 3º ano de mineração, e Valorização econômica do rejeito da produção de esmeralda da região da Carnaíba-BA, desenvolvido em parceria com a formanda do curso Maria Eduarda Rios.
Ambos foram viabilizados por meio do Programa Institucional de Iniciação Científica (Pibic-EM) e evidenciam a sustentabilidade através da redução de cursos operacionais, uso racional de recursos naturais e valorização dos resíduos produzidos.
A gema de esmeralda ocorre de maneira associada a alguns minerais, a exemplo das micas [grupo de minerais da classe dos silicatos], depositadas como rejeito. As micas têm diversas aplicações industriais, a depender do tipo e grau de pureza, sendo largamente aplicadas na eletroeletrônica, devido à elevada resistência dielétrica e resistividade, produção de vidros especiais, equipamentos resistentes à temperatura, cosméticos, lubrificantes especiais ou na remineralizarão de solos agricultáveis. Contudo, as micas não ocorrem isoladas, sendo necessário etapas de concentração e purificação, desafio de pesquisa proposta pelo docente.
PROJETOS EM ANDAMENTO
Aprovados em editais da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFBA (PRPGI), outros estudos propostos pelo Campus Jacobina, sob orientação do docente, doutor em engenharia industrial e integrante do Grupo de Pesquisa em Automação, Eficiência Energética e Produção, seguem em fase de desenvolvimento:
Edital nº 01/2024 - PIBIC IFBA (Fapesb/CNPq): Uma análise por meio do Software Iramuteq dos trabalhos de conclusão de curso em história entre 2014 a 2024 - Uma interação entre a ciência de dados e a História;
Edital nº 02/2024 - PIBIC-EM (IFBA/CNPq): Produção de sílica de alta pureza a partir de resíduos de mineração;
- Amostra do piso autodrenante produzido, que pode ser aplicado em calçadas e áreas urbanas, impedindo, por exemplo, alagamentos.
Edital nº 05/2024 - PIBITI-EM (IFBA): Construção de piso autodrenante como ferramenta de valorização do resíduo da extração de rocha ornamental Bege Bahia;
Edital nº 06/2024 - PIBIC-EM-AF (IFBA): Valorização de rejeito de mineração como corretivo de solos agricultáveis - Uso de flogopita natural e termicamente modificada.
*O primeiro conta com participação de bolsista da Licenciatura em Computação do campus em parceria com a Uneb, enquanto os demais, com estudantes do curso técnico integrado de mineração.
Para a jovem Alícia Nascimento, bolsista do projeto relacionado à produção de sílica a partir de resíduos da mineração, o desenvolvimento tecnológico aumenta a demanda pelo mineral, que compõe a produção de chips e outros componentes. "Diminuir a sobrecarga industrial da sílica, ao purificá-la para utilização em outros setores, é essencial para manter o equilíbrio entre sistema econômico, sociedade e meio ambiente".
A colega de curso Júlia Rios e bolsista da pesquisa sobre valorização de rejeito da mineração como corretivo de solos agricultáveis, compartilha da opinião e complementa: "Nosso objetivo é selecionar os componentes benéficos da rocha para retorná-los à natureza de forma mais segura".
As iniciativas dialogam com o conceito de economia circular, no qual todos os materiais são devolvidos ao ciclo produtivo através da reutilização, redução e reciclagem.
Acompanhe o conteúdo em formato de vídeo no perfil do Instagram do campus Jacobina.
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*Verusa Pinho é jornalista do campus Jacobina