Mulher negra latino-americana e caribenha: campus Salvador celebra data com dois eventos
CAMPUS
Para dar visibilidade às discussões sobre o racismo e o machismo sofrido por mulheres negras em todo o planeta e os caminhos para promover as políticas públicas capazes de enfrentá-los, é celebrado, sempre 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, a data também é reconhecida como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem a Tereza de Benguela, considerada símbolo da resistência negra brasileira e líder do Quilombo Quariterê, que era localizado no atual território do Estado de Rondônia. Por esses motivos são realizados eventos que têm as mulheres negras como tema principal.
No campus Salvador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) não foi diferente e aconteceram duas iniciativas sobre a temática: a palestra “O Slam e o empoderamento das mulheres pretas pela literatura” e o Julho das Pretas.
Promovida pela Comissão Institucional de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio (Cipea) do campus Salvador, a ação aconteceu às 8h40, no Auditório do bloco D com a palestra, proferida pela pesquisadora Aline Nery, docente do campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) localizado em Seabra (BA). Aline é doutora em literatura e cultura pelo Programa de Pós- Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Durante seu curso, a pesquisadora produziu a tese “Slam das Minas: entre empoderamento de mulheres negras e práticas educativas libertadoras e antirracistas”, apresentada em dezembro de 2023. O estudo analisou as poesias e as performances de mulheres negras no Slam das Minas da Bahia. O slam, conhecido como poetry slam, é uma batalha de poesia que nasceu nas periferias dos Estados Unidos e ganhou o mundo. A competição chegou ao Brasil através da atriz, pesquisadora, produtora cultural e poetisa Roberta Marques do Nascimento, conhecida como Roberta Estrela D'Alva.
Já o Julho das Pretas, realizado das 19h às 21h30, também no Auditório do bloco D do do campus Salvador, tratou sobre o tema “A ancestralidade e a força das mulheres negras na história: vozes, corpos e territórios de luta”. Realizado pela turma do curso do 1º semestre de 2025 do curso de tecnologia em eventos do campus e tendo como orientadora a professora Anete Otília, o evento foi voltado para a comunidade acadêmica interna. Para as/Os organizadoras/es o objetivo foi discutir a superação das desigualdades de gênero e raça, colocando a pauta e a agenda política das mulheres negras em evidência.
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha teve como primeiro passo o 1.º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, realizado em 25 de julho de 1992, em Santo Domingo, República Dominicana. A partir desse encontro nasceu a Rede de Mulheres Afro latino-americanas e Afro-Caribenhas que conquistaram o reconhecimento da data junto à Organização das Nações Unidas (ONU).


Imagens: organizações dos eventos
*Henrique Soares é jornalista do campus Salvador

