Lançado edital do Programa Escola Nego Bispo de Saberes Tradicionais na reunião do Conif
REDE FEDERAL
Representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) estiveram na manhã desta quarta-feira (17), em Brasília (DF), na 3ª Reunião Extraordinária do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), para o lançamento do edital do Programa Escola Nacional Nego Bispo de Saberes Tradicionais, uma parceria do IFBA com o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi).
Estiveram presentes pelo IFBA para apresentar o edital a reitora, Luzia Mota, a coordenadora-geral do Programa, Claudia Alexandra Santos, e a coordenadora pedagógica do Programa, Indaiara Silva, pois o Instituto será responsável pela coordenação nacional da iniciativa, que tem como objetivo formar professores(as), mestres e mestras em saberes tradicionais. “Estamos trazendo esses mestres do conhecimento para interagir com estudantes da educação básica e com licenciandos. Assim, vamos formar novos professores já com a capacidade de retornar às salas de aula com esse conhecimento amadurecido. Hoje, essa é a nossa principal dificuldade para inserir conteúdos afro-brasileiros e indígenas na formação do Ensino Fundamental I, Fundamental II e Médio”, afirma Luzia Mota.
A Escola Nego Bispo nasceu dentro de um movimento mais amplo de transformação da educação brasileira. Inserida na Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), criada em 2023, a iniciativa representa uma resposta concreta à necessidade de valorizar as identidades e os conhecimentos dos povos tradicionais no ambiente escolar.
“A Escola Nego Bispo surge com o propósito de fazer com que a Rede Federal assuma uma tarefa histórica: a implementação dos saberes tradicionais na educação básica. Isso vai fortalecer a nossa rede, pois o corpo técnico e docente terá acesso a essa formação e poderá, com isso, difundir esses conhecimentos em seus territórios”, completa Luzia.
O edital é voltado para servidores(as) efetivos(as) de todos os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), incluindo docentes e técnicos(as) administrativos(as) nas áreas de licenciatura e mestrado. Serão aprovadas 100 propostas, distribuídas nos eixos quilombola, indígena e afro-brasileiro. As inscrições terão início no dia 22 de setembro. Com orçamento de R$ 7,5 milhões — já sob gestão do IFBA, via Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex) —, o programa tem execução prevista para dois anos.
O edital está publicado na página do programa, no site do IFBA, onde há o detalhamento de como os interessados podem se candidatar. A estimativa, segundo a coordenadora-geral do projeto, Cláudia Alexandra Santos, é que 2,5 mil servidores(as) de toda a Rede Federal possam participar. “O programa é uma forma de integrar os saberes tradicionais que, por anos, ficaram às margens da educação, mas que já foram incorporados aos Institutos Federais e agora darão um passo além. É um projeto inovador”, destaca.
“É importante frisar que se trata de uma ação de baixo para cima. Conversamos com lideranças quilombolas e estivemos nos territórios para desenhar o programa de modo a contemplar da melhor maneira possível os saberes tradicionais, rompendo com ciclos de apagamento. Esse edital nos ajuda muito nesse sentido”, afirma o assessor da Secadi, Erin Fernandes, que representou a secretária da Secadi, Zara Figueiredo, no encontro.
*Matéria adaptada do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif)
Diretoria de Comunicação do Conif
Texto: Marcus Fogaça
Foto: Moacir Evangelista




