IFBA cria especialização em eficiência energética voltada para técnicos/as e graduados/as

Para quem quiser cuidar do futuro e aprofundar os estudos nesse início de ano, o campus Salvador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) aprovou no último dia 13 de fevereiro, com a publicação da Portaria 499, o projeto pedagógico do curso gratuito de especialização técnica em eficiência energética em edificações. 

Voltada  para técnicos/as nas áreas de edificações, eletrônica, eletrotécnica, automação e refrigeração e climatização, além de graduados/as em áreas afins, todas as atividades da especialização vão ocorrer presencialmente e vão durar por aproximadamente 18 semanas, somando uma carga horária total de 300h. Serão ofertadas 40 vagas na primeira turma e as aulas que vão acontecer no campus Salvador, no bairro do Barbalho, das 18h40 às 22h.

De acordo com o coordenador do curso, Eduardo Santana, a publicação do edital e o período para as inscrições dos/as interessados/as devem ocorrer logo no início de março. A aula inaugural está prevista para o dia 31 do  mesmo mês.

Diferente de outros pós-técnicos, o novo curso - que integra o Programa Energif do Governo Federal - está ligado a profissões do futuro principalmente no campo da energia. “Na Bahia há ofertas de especialização técnica (pós-técnico), porém, atualmente, nenhuma nesta área e, em sua grande maioria, quando para ampla concorrência, não são gratuitas”, recorda Eduardo ao pontuar que o curso do IFBA - Campus Salvador, será totalmente gratuito.

Eficiência energética e o potencial para gerar novos empregos

Estudioso da área de engenharia térmica, Eduardo lembra que atualmente o consumo de energia deve ser pensado de forma sustentável por causa do crescimento desse consumo e da escassez dos recursos naturais não-renováveis, a exemplo do carvão e do petróleo. “No Brasil, o potencial de economia de energia é maior do que o potencial de geração de energia a partir de fontes renováveis [a exemplo do sol, água, vento e biomassa]. Neste sentido, evitar o desperdício de energia é determinante para o equilíbrio da equação entre a geração e a demanda de energia no país”, destaca Eduardo.

Para o pesquisador, a eficiência energética é associada à sustentabilidade e é um tema dominante tanto nos meios industriais como de edificações e infraestrutura. “Impacta fortemente na produtividade e, consequentemente, na competitividade das empresas e outras entidades”, detalha.

Eduardo Santana cita que o Brasil tem atualmente 130 a 140 mil empregos diretos e precisaria ter, em 2030, 390 a 450 mil empregos diretos para alcançar o que está previsto no Acordo de Paris (tratado internacional assinado pelo Brasil e mais 190 países para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e conter o avanço do aquecimento global e as mudanças climáticas, descarbonizando a economia do mundo). “Isso significa que a demanda por profissionais qualificados em atividades de eficiência energética pode aumentar numa ordem de cinco a seis vezes até 2030 em relação ao nível de 2018”, esclarece o pesquisador do campus Salvador.

Imagem: Freepik - Foto: Acervo Pessoal

*Henrique Soares é jornalista do campus Salvador