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Fazendas Urbanas: Oficina aborda impactos, desafios e oportunidades no cultivo de microverdes em Salvador

Gratuito e aberto ao público, o evento contou com a distribuição de kits de cultivo e degustação de microverdes.
publicado: 29/07/2025 13h22, última modificação: 29/07/2025 21h50
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Por Carla Emile 

Edição: Bárbara Souza

Na tarde da última sexta-feira, 25, foi realizada a Oficina “Fazenda Urbanas, impactos, desafios e oportunidades em Salvador - teoria e prática no cultivo de micro verdes e seus sabores”, na Reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), em Salvador. A oficina está na sua segunda edição. A atividade contou com mais de 30 participantes segundo Evelyn Seilhe, coordenadora do Projeto e servidora da Coordenação de Atendimento Psicossocial (Copsi), vinculada ao Departamento de Qualidade de Vida (Dequav) da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP).

A oficina contemplou atividades teóricas, práticas e distribuição de kits e degustação de microverdes. Com quatro horas de duração, a atividade foi ministrada pelas biólogas da Cultiveae Brena Mota e Aldinéia Damião. “Hoje a Cultiveae tem trabalhado cada vez mais essa parceria com o IFBA. Já é a segunda vez que a gente recebe esse convite de vir pra cá, e o mais bacana é poder fazer esse projeto de extensão acontecer, porque você traz conhecimento para a sociedade, para os interessados e para outros profissionais, de forma gratuita e interativa. O espaço do IFBA é muito convidativo para isso. Então tem sido muito bacana para a Cultiveae ter essa parceria, para poder agregar aos nossos projetos e com o que o IFBA entrega para sociedade. Tem sido uma parceria muito gratificante para a gente e nós esperamos que para o IFBA também”, declarou a bióloga Brena Mota.

Brena Mota, bióloga (blusa azul). Foto: Carla Emile

“A gente trabalha com cultivo indoor, cultivo em ambiente controlado. Quando o cultivo é feito nesse ambiente, você consegue driblar as intempéries do tempo, por exemplo. Quando chove demais, o produtor acaba perdendo uma plantação de hortaliça. Já no ambiente controlado, a gente consegue livrar um pouco dessas intempéries. Então, a oficina é isso, as pessoas nem sempre conhecem os microverdes. É um cultivo muito fácil, que as pessoas podem fazer em casa. A gente, inclusive, estimula o cultivo doméstico e o pequeno agricultor. Então, o objetivo é esse: divulgar esse tipo de cultivo para as pessoas que têm interesse”, explicou Evelyn Seilhe. Ela ressaltou que é um cultivo que despertou o interesse de instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Prefeitura de Salvador, que tem interesse de replicar esse projeto nas escolas públicas do município.

Foto: Carla Emile
O evento também contou com a participação, de maneira remota, de Davi Souza, pesquisador de cultivo indoor, agricultura de ambiente controlado e agricultura espacial com sete anos de experiência na área. Especialista em estufas, eletrotécnico, estudante de Engenharia Elétrica e consultor em Agricultura Tecnológica (AgTech), Davi falou sobre o futuro do AgTech, numa visão da Agricultura Moderna na Era da Tecnologia.

Para os(as) participantes a atividade trouxe um conhecimento que pode ser compartilhado e levado adiante. “Eu sou arte-educador, então eu vi nessa oficina uma possibilidade de estar aprendendo e adquirindo mais conhecimento para estar difundindo nas minhas aulas e levando para as comunidades, que é onde eu atuo como professor e arte-educador. Também trabalho no Aterro Sanitário de Salvador, uma empresa chamada Battre. Lá, nós temos o cultivo também de plantas ornamentais e frutíferas. E estou pensando em levar essas informações para essa área ambiental que tem nessa empresa”, relatou o participante e artista plástico, Lenilson Alves. E complementa: “A gente pode levar para o dia a dia, levar para o cotidiano e estar difundindo a informação nas escolas e em diversas comunidades. E além de estar consumindo produtos e hortaliças que não têm nenhum tipo de envenenamento por agrotóxico e são plantas vivas que a gente sabe como cultivar e pode ser cultivada em casa também”.

Professora Madilene Gandarela, do campus Lauro de Freitas (Foto: Carla Emile)
A arquiteta e professora do IFBA campus Lauro de Freitas, Madilene Gandarela contou a sua motivação para participar da oficina: “Eu acabei de fazer agora uma defesa de mestrado nessa área, e faço também parte da equipe de sustentabilidade do campus. Então, eu acho que seria interessante eu tomar ciência das técnicas, das novas técnicas que estão sendo utilizadas, para que a gente possa aplicar no campus. Eu acho fantástico esses cursos, primeiro para motivar os professores, para que a gente possa realmente se engajar mais com os problemas que existem nos campi, para que a gente possa ajudar a organizar, porque isso é uma máquina que precisa ser trabalhada por todos. Então, acho que é importante a gente estar tendo essas oportunidades de fazer cursos, de fazer capacitação de todos os níveis, para que a gente possa contribuir também para o desenvolvimento dos espaços que a gente trabalha”.

Evelyn Seilhe (Foto: Carla Emile)
Evelyn Seilhe informa que há revisão de realização de outras oficinas neste ano e em 2026. “A gente está tentando fazer uma próxima oficina no campus Camaçari, está buscando recurso para a gente fazer nesse ano ainda. Mas ainda não tenho certeza. Já tinha até uma data prevista, mas por algumas questões aí a gente teve que segurar um pouquinho. Mas, com certeza, esse ano a gente está tentando fazer mais uma. E ano que vem, pelo menos uma a gente vai ter”, afirmou. 

Microverdes - De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), “microverdes” é um termo utilizado para nomear hortaliças, ervas aromáticas, condimentares e até mesmo espécies silvestres que são cultivadas e colhidas poucos dias após a semeadura. Normalmente são cultivados até o grau máximo de expansão cotiledonar e são colhidos quando atingem entre 5 e 10 cm de comprimento. Os microverdes diferem dos brotos por necessitarem de um meio de cultivo e luminosidade, enquanto na produção de brotos, ambos não se aplicam. Por serem cultivados na presença de luz e portanto, realizarem fotossíntese, os microverdes possuem sabor mais marcante e maior amplitude de colorações quando comparados aos brotos.

A bióloga Brena Mota falou sobre as vantagens desse tipo de cultivo: “No cultivo de microverdes, você vai estar cultivando um tipo de cultivo simples, rápido e muito nutritivo. E essas vantagens são para uso na educação, na ciência e na alimentação de todos, seja como uma fonte de alimentação que vise mais nutrição, maior valor nutricional, quanto para sabor e beleza. Muitos chefes de cozinha utilizam os microverdes para beleza dos pratos, para harmonizar os sabores dos pratos. Os microverdes têm a vantagem no cultivar, que é um processo simples, rápido, prático, muito benéfico nutricionalmente e de valor comercial muito alto".

Projetos similares na Rede Federal 

Pelo Brasil, existem projetos similares ao da oficina de Extensão “Fazendas Urbanas, impactos, desafios e oportunidades em Salvador - teoria e prática no cultivo de micro verdes e seus sabores” em outras instituições federais. Essas práticas incentivam a produção de hortas comunitárias ou urbanas e promovem segurança alimentar e desenvolvimento sustentável em nível local, permitindo a familiarização dos(as) estudantes desde cedo com práticas agrícolas sustentáveis e soluções inovadoras. Um exemplo é o projeto de extensão “Horta em Caixa d’Água”, no Instituto Federal do Tocantins (IFTO) campus Colinas do Tocantins. Esse projeto tem como principal proposta a instalação do “Módulo de Horta em Caixa d’Água”, e essa tecnologia, de baixo custo e fácil implementação, permite a criação de hortas domésticas até mesmo em pequenos espaços, com sistemas de irrigação automáticos, eficientes e sustentáveis.

Outro projeto similar é o Projeto Pomar Arapiraca, coordenado por um docente do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), com colaboração de duas estudantes, e pretende implantar um pomar no campus Arapiraca. O plantio começou em latas de conserva, contemplando mudas de morango e tomate, e o próximo passo será transferir as mudas para o canteiro definitivo onde o pomar funcionará, em uma área no terreno da unidade de ensino. Para garantir um consumo diversificado, o grupo pretende expandir o plantio, com frutas como maracujá, mamão, melancia e, futuramente, hortaliças como cenoura, beterraba e rabanete.

Matéria relacionadaFazendas Urbanas: oficina abordou impactos, desafios e oportunidades do cultivo de microverdes em Salvador

Fontes:

IFTO leva tecnologia de baixo custo para comunidade em vulnerabilidade social de Colinas do Tocantins

Projeto voluntário inicia plantio de mudas para implantar pomar no campus

Artigo - Microverdes: Cultivo fácil e oportunidade de melhoria nutricional na dieta dos consumidores

* Sob a supervisão da jornalista Bárbara Souza