A química bateu: casal realiza ensaio fotográfico de pré-casamento no campus Salvador do IFBA

Com o enlace previsto para o próximo dia 22 de fevereiro, o casal Fabrício Silva e Hortênsia dos Reis, egressos do curso técnico em química, retornaram ao local em que se conheceram e se apaixonaram, o campus Salvador do Instituto Federal da Bahia (IFBA), para realizar o ensaio fotográfico de pré-casamento.

Depois do curso técnico, Fabrício está concluindo, atualmente, a graduação em engenharia química no próprio Instituto. Ele, que entrou no campus pela primeira vez em 2011, analisa: “muito do que sou hoje é por conta dessa instituição que me abriu as portas para um novo mundo repleto de oportunidades. Apesar dos desafios encontrados na formação em uma escola pública, costumo dizer que o IFBA nos dá ‘régua e compasso’ para os desafios que encontramos na realidade, no âmbito do mercado de trabalho, da carreira e da vida pessoal. Além da educação de qualidade nos níveis técnico e superior proporcionada pelo Instituto, fui presenteado com o encontro de Hortênsia”, se declara o noivo.

Hortênsia, hoje médica, explica que quando os dois pensaram em realizar o ensaio fotográfico que, geralmente, os noivos fazem antes do casamento, não teria como ser em um local diferente do IFBA. “Nossa história só existe por conta dessa instituição, para além de Hortênsia e Fabrício como casal, ou melhor, Hort e Bibinho, mas também como profissionais, cidadãos e pessoas que tentam passar nas suas relações os valores que daí herdamos”.

A impossibilidade de fazer as fotografias na instituição seria apenas se não houvesse autorização por parte da direção ou se não encontrassem um fotógrafo disposto a realizar o ensaio. “Felizmente não foi isso que aconteceu!”. A noiva garante que todas as pessoas envolvidas da direção foram muito solícitas quando pediram a autorização para realizar as fotos no campus Salvador, desejando os melhores votos para o casamento. “Com relação ao fotógrafo, Alexandre Huang da Dois em Um Fotografia aceitou realizar esse registro. Sem dúvidas, um trabalho com tanta sensibilidade para eternizar”, afirma a egressa.

Retornar à unidade acadêmica foi uma viagem ao passado. Boa em contar histórias, Hortênsia descreve a sensação: “para além das paredes de ladrilhos amarelos e muros centenários, mais de uma década depois, o reencontro: a sensação era de que estávamos novamente na mesma sexta à tarde, dia 7 de junho de 2013, no antigo pavilhão 7, sob o olhar incrédulo de Bruna Amichi, nossa amiga da escola e que será nossa madrinha, pelo que estava se desenrolando, minutos antes de começar a aula de história, sob a atmosfera de hesitação…o nosso primeiro beijo”.

Hortênsia relembra o estado de transcendência que foi retornar à Praça Vermelha, sentar nos bancos e sentir a presença da amiga Tayane Martinez e do amigo Diego Silva que também serão padrinhos do casamento.

Ela afirma que reviveu por alguns minutos “a ansiedade em saber o resultado de mais uma eleição do Grêmio; ouvir a voz doce de Maria Clara Brito cantando “Dindi” durante as apresentações realizadas na Fonte que nosso professor de filosofia Saulo Dourado promovia; observar silenciosamente os alunos durante a aula e nos transportar para um tempo no qual a voz alegre da nossa querida professora Cleide Riccio nos chamava carinhosamente de ‘moloidinhos’; caminhar pelos corredores dos laboratórios e ter a lembrança das noites em claro que passávamos junto com nossa amiga Juliana Hartmann fazendo os relatórios de química inorgânica, que eram escritos à mão, tá?, e da frase célebre do nosso professor Carlos Daniel ‘com base em que?’; da escuta afetuosa e conselhos sábios sobre os desafios típicos da adolescência da professora Manuela Pedra.

A ex-aluna continua a discorrer sobre as aulas da professora Vitória Soares “que estavam para além da complexidade da química analítica, ensinavam muito mais sobre determinação e esforço para conquistar nossos objetivos; a sensação de ‘redesbravar’ os corredores da biblioteca, nostálgicos pelas lembranças das disputas pelos livros de química orgânica de Paula Bruice; observar os alunos na aula de educação física, ao som do compasso ritmado das bolas de vôlei no chão da quadra; a felicidade em ouvir novamente a eloquência do nosso querido professor de sociologia Fábio Baldaia e receber o seu abraço, que para nós foi a representação do abraço de tantos professores, funcionários e amigos que se alegram com nossa história; por fim, contemplar da arquibancada da quadra externa, a beleza da paisagem do Barbalho em suas diferentes matizes, tudo isso sob a luz deslumbrante do fim de tarde”.

O futuro engenheiro conta como a relação aconteceu: o que em 2013 era uma amizade, se tornou um grande amor. Ele lembra que, “com o pretexto de estudarmos juntos porque ela nunca foi muito boa com matemática e física, sempre foi mais das humanas, comecei a me aproximar para tentar conquistar o seu coração e deu certo. As marcas e lembranças que o IFBA nos trouxe jamais serão apagadas da nossa história. Sei que todas as vezes que passarmos em frente à portaria principal iremos nos olhar e sorrir, recordando que foi ali foi onde tudo começou, a história da nossa família”. Para Fabrício, “realizar o nosso ensaio fotográfico de pré-casamento selou e eternizou em registros momentos antes vividos e que a gente vai poder revisitar e contar para os nossos futuros filhos e netos.E agora estamos na contagem regressiva para o casamento!”, comemora o noivo.

Hortênsia assegura que a tarde do ensaio fotográfico “ficará eternamente registrada, não só pelas fotos lindas, mas pela sensação única que é voltar para o lugar que será para sempre nosso primeiro lar”, conclui.

Fotos: Alexandre Huang e acervo pessoal.