Professor do IFBA participa de evento internacional promovido pelo BRICS
*Por Gilberto Amorim
No último dia 7 de maio, o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Maurício Souza Neto, do campus avançado Ubaitaba, participou do evento internacional “Webinar I de Capacitação de Professores BRICS-TCA TVET 2024: Inclusão no Campo da Educação e Treinamento Profissional”, organizado pela Secretaria do BRICS-TCA e pelo Instituto Federal de Educação e Desenvolvimento Profissional (FIDVET) da Aliança para a Cooperação em Educação Profissional e Técnica dos BRICS (TVET Cooperation Alliance - BRICS-TCA). O evento abordou desafios para o desenvolvimento da educação e formação técnica e profissional das pessoas com deficiência nos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e também proporcionou discussões acerca da formação de professores(as) e instrutores(as) de formadores(as) práticos para a educação inclusiva.
Especialista em diversidade, equidade e inclusão, e mais recentemente debruçado sobre estudos de inclusão em exames de proficiência linguística, Maurício Neto recebeu o convite do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) para representar a Rede Federal no evento, que aconteceu de forma virtual.
“O evento foi de suma importância, pois colocou a temática da inclusão em um espaço multinacional de debate, partilha, aprendizagem e criação de parcerias, algo que geralmente não vemos com frequência, pois as ações são feitas de maneira local, ou em rede nacional, como é o caso do Conif", disse Maurício ao Portal do IFBA. Segundo ele, fazer parte desse espaço "é importante para a Rede Federal e especialmente para o IFBA, pois nos coloca em posição de destaque internacional ao apresentarmos nossas ações para a formação de pessoas com deficiência", afirmou, ao ressaltar que "ainda pensando na partilha, foi importante testemunhar o que os outros países têm feito no âmbito político e pedagógico, pois assim conseguimos avaliar nossas ações e aprender com outros países como podemos melhorar. Ficou claro que sem políticas públicas não conseguimos ofertar essa educação de qualidade e que, por ser de qualidade, acaba sendo custosa”, disse.
O evento, que aconteceu de forma online, destacou ainda questões como melhoria do acesso, fornecimento de ambiente acessível, aconselhamento e orientação profissional, apoio metodológico e psicológico, concursos de competências educativas para estudantes com deficiência, bem como utilização de tecnologias educativas modernas no ensino.
"Trabalhei muitos anos na rede privada de educação e na gestão de programas bilíngues de grandes escolas pelo Brasil, e nunca vi nesse ambiente o espaço para uma ação desse nível. Quando vejo ações como o Forpaifba fico muito contente, pois mostra que estamos no caminho certo. É um fórum que pensa a inclusão junto dos pilares de diversidade e equidade" - Maurício Souza Neto, sobre Fórum Permanente de Acessibilidade e Inclusão do IFBA.
Maurício, que tem pesquisas na área de avaliação de proficiência, letramentos e questões étnico-raciais no ensino de línguas, considera que “o espaço do BRICS, a presença de representantes de diferentes países e o curto espaço de tempo buscaram fazer um apanhado sobre o que o Conif entende por inclusão, e as ações e debates empreendidos acerca desse assunto". O docente conta que a apresentação gerou curiosidade entre os participantes, que se mostraram atentos e dispostos a contribuir para ações multilaterais. É possível assistir à apresentação do professor clicando aqui. O docente realizou a apresentação em inglês.
Em 2021, o Conselho Superior (Consup) do IFBA aprovou o Fórum Permanente de Acessibilidade e Inclusão do IFBA (Forpaifba), que tem como objetivo propor políticas e diretrizes para fortalecer ações de acessibilidade e inclusão. Sobre o Fórum, Maurício ressalta a importância deste espaço na Instituição. “Trabalhei muitos anos na rede privada de educação e na gestão de programas bilíngues de grandes escolas pelo Brasil, e nunca vi nesse ambiente o espaço para uma ação desse nível. Geralmente, nas escolas, há um núcleo para acolhimento de pessoas com deficiência, que está sob a supervisão direta da direção e muito raramente incluem no debate e nas ações educadores que não sejam os desse núcleo. Isso é uma grande perda e uma falta de diálogo que impacta diretamente no acolhimento desses alunos. Portanto, quando vejo ações como o Forpaifba fico muito contente, pois mostra que estamos no caminho certo. É um fórum que pensa a inclusão junto dos pilares de diversidade e equidade, o que agora estão chamando de ESG. É importante, para além de propor políticas e diretrizes, aprimorar o acompanhamento dessas ações (se estão ocorrendo, se não estão ocorrendo, por que não estão ocorrendo e que ações devem ser realizadas até um determinado prazo para que aquele campus específico possa acolher, da melhor forma possível, as pessoas com deficiência nas suas singularidades)”, finalizou.
A “Webinar I de Capacitação de Professores BRICS-TCA TVET 2024: Inclusão no Campo da Educação e Treinamento Profissional” foi a primeira edição da série de webinars de 2024. Há previsão de outros a serem divulgados pela organização do evento.
SOBRE O BRICS
Brics é um acrônimo para o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa, em inglês). A expressão original era “Bric”, que também significa tijolo em inglês, e foi cunhada em 2001 por Jim O’Neill, o então economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs. O economista tentava designar economias emergentes com alto potencial de crescimento no século 21. Somente em 2006, os quatro países constituíram um fórum formal de discussões, na Reunião de Chanceleres organizada à margem da 61ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro daquele ano.
Após um período em que apenas ministros de Relações Exteriores se encontravam, o Bric promoveu a primeira reunião de chefes de Estado em 2009, na Cúpula de Ecaterimburgo, na Rússia. Em 2010, foi realizado o segundo encontro, em Brasília. Em 2011, na terceira reunião de cúpula, em Sanya (China), a África do Sul foi incluída, e a sigla ganhou a letra S (de South Africa). Atualmente, o Brics é presidido pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff. As informações são da EBC.
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*Sob supervisão da jornalista Bárbara Souza.