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Campus Jacobina: Seminário reúne lideranças Payayá e comunidade em torno do debate sobre protagonismo indígena na preservação ambiental

O evento segue até o próximo sábado (27), com minicursos, oficinas, palestra e aula de campo.
por Verusa Pinho publicado: 25/05/2023 11h51, última modificação: 25/05/2023 11h52

A abertura do V Seminário de Meio Ambiente do Campus Jacobina do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) foi marcada pela diversidade. Oficinas e minicursos movimentaram salas de aula e laboratórios durante toda a tarde desta quarta-feira, 24. Entre as temáticas abordadas estiveram educação do campo, inglês para o meio ambiente e a produção de sabão de ervas.

Para o egresso de Eletromecânica Jander Lopes, que atualmente estuda Engenharia de Materiais na Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi gratificante retornar ao IFBA para compartilhar os novos conhecimentos. “Estou cursando o 7º semestre da graduação e faço parte de projeto de pesquisa sobre nanotecnologia e biomateriais. Resolvi trazer o minicurso 'Resíduos: um tema de ciência dos materiais e meio ambiente' a fim de apresentar as possibilidades da reciclagem de cerâmica, polímeros e metais para redução do impacto ambiental na sua trajetória pós-consumo”, comentou.

 

Minicurso 'Projetando um Sistema Eletrônico para Meio Ambiente', com o prof. Rodrigo Barros

Três turmas do 3º ano do Colégio Estadual Professora Adjaci Martins Durans, de Várzea Nova, marcaram presença no evento, participando das formações ofertadas no primeiro dia, acompanhadas pelos docentes Ramon Montenegro (química) e Norma Lúcia Dourado (literatura). “Estamos estudando o itinerário formativo Meio ambiente, Energia e Sociedade. Então aproveitamos a oportunidade do Seminário do IFBA para aprofundar saberes, sobretudo no campo do reaproveitamento de resíduos. Nossa ideia é realizar um workshop com os jovens para aplicar o aprendizado adquirido”, disse. 

Oficina 'A Educação do Campo como Instrumento de Preservação Ambiental', com a profa. Alcione Alves

   

Oficina 'Perspectivas socioambientais do cultivo de Mogno Africano no Piemonte da Diamantina', com o prof. Fredson Rodrigues

À noite, apresentação musical inspirada no LP – Refazenda, de Gilberto Gil, envolveu o público com canções que homenagearam desde os povos originários “a cultura sertaneja, da caatinga e da música folk nordestina”, pontua o professor Eduardo Fagundes, responsável pelos arranjos e direção geral da equipe, composta por outros docentes e técnicos administrativos, além de estudantes e egressos. Entre as músicas entoadas estiveram cantos indígenas (toré), Lamento Sertanejo e Maracatu Atômico.

Mesa-redonda com lideranças Payayá

Em seguida, a palestra de abertura contou com a presença de lideranças Payayá, com destaque para o cacique Juvenal, graduado em Economia, escritor e professor. Ao lado do esposo, Edilene Payayá apresentou a contribuição da sua comunidade na preservação ambiental, tema central do evento.

O Movimento Associativo Indígena Payayá tem como principal foco o reflorestamento e a preservação da natureza. Ações de recaatingamento, mapeamento de espécies, cultivo de mudas e troca de sementes são algumas iniciativas do grupo. Como liderança indígena, o casal tem contribuído para a conquista de políticas públicas, por meio da elaboração e coordenação de projetos. Um exemplo é o viveiro de mudas nativas, que tem gerado renda diretamente para a etnia, além do plantio de mogno africano, madeira nobre de grande potencial econômico  e valor agregado.

Em sua fala, Edilene citou o preconceito sofrido desde que se reconheceu como indígena. “Por isso que muitas pessoas escondem suas raízes. São muitas lutas para vencer! Eu sempre me emocionei ao estar em uma aldeia, ouvindo e participando do toré. A gente sente, sabemos quem somos”, disse.

O assunto continuou na mesa-redonda deste 2º dia de evento, 25, quando também ocorrem outras oficinas e minicurso. Estarão em foco na noite desta quinta-feira, ecoterapia e a relação do meio ambiente com o autoconhecimento; compostagem e técnicas de reaproveitamento de resíduos sólidos, bem como o uso de softwares para gerenciamento de dados ambientais.  

Amanhã, 26, será o momento de debater acerca do combate a incêndios, com o convidado Jorge Sergipano, biólogo e gestor ambiental com especialização em educação ambiental e resgate de fauna. Na manhã do sábado, último dia do Seminário, haverá aula de campo no Parque Municipal da Macaqueira. 

Acompanhe os registros no perfil do campus Jacobina no Instagram.

Fique por dentro da programação completa, que segue até este sábado, e participe: even3.com.br/sma2023

* Verusa Pinho é jornalista do campus Jacobina.