Programa “Asé-Toré: Formação em Educação sobre negras (os) e povos indígenas” será lançado na quinta-feira (10)

Resgate da força coletiva e energia vital da ancestralidade para vencer os desafios contemporâneos do povo negro e indígena. Foi a essa ideia que se pretendeu retomar com a junção das palavras “Asé” (na língua iorubá, significa poder, energia ou força presentes em cada ser ou em cada coisa, que nas religiões afro-brasileiras representa a energia sagrada dos orixás) e “Toré” (expressão espiritual-religiosa de grande importância para os indígenas), para compor o nome do programa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA) voltado à formação de gestoras (es), docentes, técnico (s) administrativas (os), discentes e comunidade interna e externa na área da Educação das Relações Étnico-Raciais e ao enfrentamento ao racismo no âmbito do IFBA.

“Dentro e fora do contexto religioso, Axé é uma saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias. Já o Toré é canto, dança, oração do ritual dos povos indígenas Pataxó e de alguns grupos étnicos do nordeste. É um ritual que fortalece os valores tradicionais e culturais da comunidade, é a contemplação à maior obra de criação, a Mãe Natureza, e ao Deus Tupã”, esclarece Heide Damasceno, assistente social e coordenadora geral do programa.

“Asé-Toré: Formação em Educação sobre negras (os) e povos indígenas” será lançado, na próxima quinta-feira (10), a partir das 19h, com transmissão ao vivo pela TV IFBA. A programação do evento englobará a realização de mesas institucionais de apresentação da iniciativa, com a presença da reitora do IFBA, Luzia Mota e de representantes das pró-reitorias e diretorias sistêmicas; música, homenagens e conferências com as professoras convidadas Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, mulher negra, e Márcia Nunes Maciel, que faz parte do Povo Indígena Mura.

Idealizado pela Diretoria Sistêmica de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (DPAAE), em 2020, o programa leva em consideração a legislação vigente sobre a obrigatoriedade do ensino de história da África, culturas africanas, afro-brasileiras e Indígenas na Educação (Lei nº 10.639/2003 e Lei nº 11.645/2008). Ao todo, 25 profissionais compõem a equipe, além de um conselho editorial da coleção pedagógica, contemplando diversas áreas de atuação, como História, Sociologia, Engenharias, Geografia, Biologia e Serviço Social. São: autoras/es e pareceristas, ilustradora, apoios administrativo e pedagógico, dentre outros, selecionados através da chamada pública nº 003/2020/DPAAE/IFBA, sob a coordenação nomeada por meio da Portaria nº 37 de 05 de janeiro de 2022.

Reflexões e modificação de comportamentos discriminatórios e preconceituosos

Com sua implementação em curso, o Asé-Toré terá atuação até junho de 2022, podendo, segundo Heide, ser prorrogado ou atualizado com nova versão, em decorrência da importância e complexidade de suas ações. Para esse ciclo já estão planejados: a elaboração de uma Coleção Pedagógica no IFBA, com a produção de 15 cadernos temáticos que trarão a partir de uma abordagem metodológica decolonial, o estudo da “História da África e dos africanos”, da “luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil”, da “cultura negra e indígena brasileira” e “o negro e o índio na formação da sociedade nacional”, conforme legislação nacional, e que serão utilizados em todos os níveis, formas e modalidades de ensino do IFBA e disponibilizados a toda comunidade interna e externa; a realização de 12 eventos de formação sobre Educação das Relações Étnico-raciais em cada um dos campi do IFBA e na reitoria, voltada para comunidade interna ou externa, entre eles, mesa sobre mulheres negras e indígenas no Brasil atual (no próximo dia 16) e curso sobre Tecnologias Africanas e Educação; a criação de uma biblioteca virtual no IFBA na temática da Educação das Relações Étnico-Raciais, a fim de democratizar o acesso a conteúdos no que tange a aplicabilidade das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, no que se refere à História e Cultura Afro-brasileiras e das comunidades originárias.

Sobre os resultados esperados, Heide pontua: “que nossos produtos, a coleção pedagógica, a biblioteca e as formações, sejam acessados pelo maior número de pessoas e possam provocar profundas reflexões que modifiquem comportamentos discriminatórios e preconceituosos na nossa Instituição. Que fomente novas práticas de ensino, que valorizem o povo negro e indígena e; altere currículos de forma a implementar a legislação nacional. Os resultados serão mensurados tanto quantitativamente, através de participação nos eventos, indicadores de acesso, realização de debates nos campi, quanto qualitativamente, via acompanhamento sistemático da DPAAE e Departamento de Ações Afirmativas (DPAF/DPAAE).

Programação dos próximos eventos

Março

2º - Evento de formação interdisciplinar (Dia Internacional da Mulher): “Mulheres negras e indígenas no Brasil atual”

Convidadas: Marlene Santos; Aline Kayapó; mulher negra quilombola; representação cacica

Mediação: Assistente social Heide Damasceno (Coordenadora Geral do Programa Asé-Toré); Professora Thelma Lima (DPAF)

Data: 16/03

Horário:16h às 18h.

Formato de live no canal do youtube TV IFBA

3º - Evento de formação por área (Ciências Exatas e Engenharias):

Minicurso: "Tecnologias Africanas e Educação”

Professor Convidado: Prof. Dr. Henrique Cunha (UFC)

Mediação: Assistente social Heide Damasceno (Coordenadora Geral do Programa Asé-Toré).

Público prioritário: Professores das áreas técnicas dos cursos de nível médio e graduação do IFBA. Inscrições prévias

Carga horária: 8h

Datas e horários:

22/03 (terça-feira), 14h às 16h

24/03 (quinta-feira), 14h às 16h

29/03 (terça-feira), 14h às 16h

31/03 (quinta-feira), 14h às 16h

Plataforma: Google Meet.

Abril

4º - Evento de formação interdisciplinar

“Educação indígena”

Data: 19/04

Horário: 14h

Convidado/a: Prof. Edson Machado e Representante do Fórum da Educação Escolar Indígena da Bahia

Formato de live no canal do youtube TV IFBA

Mediação: Assistente social Heide Damasceno (Coordenadora Geral do Programa Asé-Toré); Professora Thelma Lima (DPAF).

Equipe Asé- Toré

Autoras/es: Ângela Maria Ribeiro; Ayalla Oliveira Silva; Barbara Nascimento Flores; Danielle Ferreira Medeiro Da Silva De Araújo; Edson Machado de Brito; Everaldo Rodrigues Mota Junior; Florença Freitas Silvério; Henrique Antunes Cunha Junior; João Rodrigo Araujo Santana; Joelma Cerqueira de Oliveira; Jorge Luiz Gomes Junior; Maria Luzitana Conceição Dos Santos; Patricia Martins; Paula Regina de Oliveira Cordeiro; Renata do Nascimento Argemiro.

Pareceristas: Luana Roberta Gonçalves; Márcio Luís da Silva Paim; Marlene Pereira dos Santos; Raimundo Borges da Mota Junior; Francielle Silva Santos.

Apoio Administrativo pedagógico: Juliana Monique de Souza de Araújo

Apoio pedagógico: Nainalva Reis Santana

Ilustradora: Letícia Graciano Nunes

Conselho editorial: Dra. Eliane Silvia Costa; Prof. Dr. Henrique Cunha, Prof. Dr. Danilo de Souza Morais; Ms. Vilma Maria dos Santos Reis; Dra. Tânia Pedrina Portella Nascimento; Ms. Luciana Alves; Dra. Sélvia Carneiro de Lima; Dr. Marcelo Aranda Stortti; Dr. Edson Machado de Brito; Dr. Eduardo David de Oliveira.

Matéria relacionada: Lançado edital do Programa Asé-Toré: Formação em Educação sobre Negras(os) e Povos Indígenas