Novembro Negro: IFBA promove atividades que abordam questões étnico-raciais e combate ao racismo
Por Gilberto Amorim *
Diversos campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) vêm promovendo atividades voltadas à celebração do Novembro Negro. A partir de uma pesquisa realizada pela reportagem em sites e redes sociais das unidades de ensino do IFBA, estão reunidas nesta matéria algumas ações desenvolvidas ou em andamento em cinco campi: Lauro de Freitas, Barreiras, Salvador, Juazeiro e Feira de Santana.
No Campus Juazeiro, será realizada a sexta edição do Seminário Dandara Zumbi, com o tema “Dez anos de cotas raciais: o que mudou no Vale do São Francisco?” O evento será realizado de forma presencial, entre os dias 22 e 24 de novembro, no Campus Juazeiro, e contará com: mesas de debate, atividades culturais, concurso literário e também oficinas e minicursos. As inscrições estão abertas, e podem ser feitas no site do Seminário.
- As inscrições estão abertas para participação do VI Seminário Dandara Zumbi, no IFBA campus Juazeiro. Foto: Instagram/ifbajua
No Campus Feira de Santana, aconteceu nos dias 16/11 e 17/11, e continuará também nos dias 22, 25 e 26 de novembro de 2022, o evento “Novembro negro e indígena - Narrativas Negras e Indígenas: a República brasileira e a criminalização das margens”, por meio de palestras, mesas, apresentações artísticas dentre outras atividades, com a participação de pessoas que fazem parte da comunidade interna e externa ao IFBA. As inscrições continuam abertas no site do evento. Vale conferir a página do Novembro Negro e Indígena do IFBA Feira de Santana.
Entre os últimos dias 16 e 18, o Campus Lauro de Freitas realizou a Semana da Consciência Negra com o tema “10 anos da Lei de Cotas: Resistir e Avançar”. A organização ficou a cargo do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi).
Também entre os dias 16 e 18 de novembro, aconteceu a 18ª Semana da Consciência Negra de Barreiras (Seconba). O evento é realizado anualmente por meio de uma parceria entre a Uneb, o IFBA Campus Barreiras e a Universidade do Oeste da Bahia (Ufob_). Em 2022, as palestras e oficinas foram realizadas no Centro Cultural Rivelino de Carvalho, na região do Cais, Centro Histórico de Barreiras. A proposta desta edição foi discutir questões de poder e identidade nas relações étnico-raciais no Brasil diante do recrudescimento do racismo na política e nas interações sociais, em um contexto de reflexão coletiva sobre o Bicentenário da Independência.
A partir desta terça-feira (22), o Campus Salvador realiza o evento "Jornadas das Relações Étnicas e Raciais 2022: Diálogos interétnicos por uma educação antirracista!". A programação vai até esta quarta-feira (23) e conta com mesas, oficinas, exposições, roda de capoeira e performances artísticas. Confira mais informações na matéria sobre o evento (Campus Salvador realiza Jornadas das Relações Étnicas e Raciais 2022).
Aconteceu na última quinta-feira (17), no Auditório Principal (Salão Nobre) do Campus Salvador, o evento “Política de Ações Afirmativas: Interfaces com a Educação”, organizado pela Licenciatura em Geografia. A mesa do encontro foi mediada pelo coordenador do curso, Ubiraci Carlucio, com a presença das pesquisadoras Caroline do Carmo, doutoranda do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (PPGNEIM) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Mabel Freitas, pós-doutoranda em Educação Antirracista pela Universidade de São Paulo (USP) e Maria da Anunciação Silva, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da USP. O diretor geral do Campus Salvador, Ives Lima, o diretor de Ensino em exercício, Francisco Almeida, entre outros(as) dirigentes, bem como estudantes, docentes e técnicos(as) administrativo(as) também estiveram presentes, de acordo com informações divulgadas nas redes sociais da unidade de ensino.
INDICAÇÕES
- Medida Provisória marca a estreia de Lázaro Ramos como diretor. Foto: Divulgação/Internet
Aprender e refletir sobre questões como racismo estrutural, antirracismo, políticas afirmativas são atitudes essenciais durante todo o ano, não só em novembro. Por isso, aproveitamos para indicar a seguir filmes, uma série, um site e um livro que podem abordam temáticas importantes e têm a marca do protagonismo preto.
Medida provisória (filme): Em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, o governo brasileiro decreta uma medida provisória e provoca uma reação imediata no Congresso Nacional. Os parlamentares aprovam uma medida que obriga os cidadãos negros a se mudar para a África na intenção de retomar as suas origens. A aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitu e pelo advogado Antônio, além de seu primo, o jornalista André, que mora com eles no mesmo apartamento. O filme é dirigido por Lázaro Ramos, e conta com Taís Araújo, Seu Jorge, Alfred Enoch e grande elenco.
Estrelas Além do Tempo (filme): No auge da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria, uma equipe de cientistas da NASA, formada exclusivamente por mulheres afro-americanas, provou ser o elemento crucial que faltava na equação para a vitória dos Estados Unidos, liderando uma das maiores operações tecnológicas registradas na história americana e se tornando verdadeiras heroínas da nação.
Pose (série): Em Nova York, no final da década de 1980, Blanca (MJ Rodriguez) abriga jovens LGBTQIA+ que foram expulsas de suas casas. A época foi marcada pela ascensão da cultura de luxo e o surgimento dos bailes LGBTQIA+.
- Pequeno manual antirracista foi o livro mais vendido pela Amazon Brasil em 2020. Foto: Divulgação/Internet
Pequeno Manual Antirracista (livro): Pequeno Manual Antirracista é um ensaio da filósofa, professora, militante feminista e antirracista brasileira, Djamila Ribeiro, lançado em 2019 pela editora Companhia das Letras. Na obra, a filósofa defende que o racismo é um desafio para toda a sociedade brasileira devido ao passado escravocrata que o país possui.
Alma preta (site): A Alma Preta é uma agência de jornalismo especializada na temática racial. A história da agência começou em 2015 como um coletivo de universitários e comunicadores negros, que perceberam desde jovens a necessidade de produzir pautas antirracistas no Brasil. No site e nas redes sociais, é possível encontrar reportagens, análises, coberturas de eventos, artigos opinativos e demais conteúdos jornalísticos em formato textual e audiovisual.
* Sob a supervisão da jornalista Bárbara Souza.