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Equipes do IFBA são aprovadas em programa da Embaixada Norte-Americana

As equipes "ChaMinas", do campus Camaçari e "EcóLico", do campus Eunápolis representam o IFBA na edição 2022 do Programa Power4Girls - Empower to Lead com ideias destinadas à resolução de problemas socioambientais e incentivo à sustentabilidade.
por Iali Moradillo publicado: 15/02/2022 16h20, última modificação: 22/12/2022 09h52

Empoderar meninas por meio de estratégias voltadas para o empreendedorismo, inovação, criatividade e liderança. Essa é a proposta do “Power4Girls – Empower to Lead”, programa da Embaixada dos EUA no Brasil e do Instituto Gloria, que selecionou duas equipes do IFBA para a edição 2022, cuja temática é Meio Ambiente e Sustentabilidade.

A equipe ChaMinas, do campus Camaçari, foi selecionada com o projeto: “A contaminação do ar gerada pela emissão de gases poluentes do complexo industrial de Camaçari-BA, região metropolitana de Salvador”, enquanto a equipe EcóLico, do campus Eunápolis, foi selecionada com o projeto homônimo que visa tornar a energia elétrica mais acessível para pessoas de baixa renda e que se encontram em situação de vulnerabilidade.

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Da esquerda para a direita, as integrantes da equipe ChaMinas: Amabile, Cailane, Cecilia e Fernanda. 

O projeto de Camaçari prevê a criação de filtros inteligentes para serem instalados nas fábricas da região, o que reduziria a quantidade de poluentes emitidos, apresentando um impacto positivo na qualidade de vida da população da cidade, conforme detalha Fernanda Rebege,  professora responsável pelo projeto. “A problemática (da poluição) prejudica a qualidade da saúde da população camaçariense, contribui para o efeito estufa e, consequentemente, para as mudanças climáticas. Ao se inspirar nos filtros utilizados na indústria da cidade de Cubatão, em São Paulo - que já foi considerada a cidade mais poluída do mundo - para resolver o problema socioambiental, a ideia é construir filtros inteligentes. O filtro instalado nas chaminés das empresas irá reter os gases e captar os dados referentes à quantidade emitida por cada empresa”, explicou. “Essa informação ficará disponível para a população e prefeitura, que poderá tomar as devidas providências”, finaliza.  

A docente também ressaltou que o projeto inova ao “democratizar o acesso à informação, desenvolve uma solução que reduz o impacto no aquecimento global e se atenta a uma questão de saúde pública, pois, atualmente, não há filtros. Ademais, é aplicável em outros contextos”, conclui.

Além da professora Fernanda, a equipe é formada pelas estudantes do terceiro ano da modalidade integrada do curso de informática: Amabile Santos da Silva, Cailane dos Santos Gois e Cecilia Brito Santos.

Fernanda explicou que a ideia surgiu das próprias meninas, que a procuraram para a orientação. Além do projeto inscrito, havia outras propostas que foram levadas em consideração pela equipe, conforme explica Cecilia, de 17 anos. “Escolhemos através de deliberações seguidas de uma votação democrática, em que cada uma disse os prós e contras de cada ideia que tivemos, e elegemos a que atendeu da melhor forma os nossos critérios. Para o desenvolvimento da proposta, nós nos apoderamos do tema de sustentabilidade e trouxemos para a nossa realidade. Com isso, nos deparamos com o impacto gerado pelo polo petroquímico em Camaçari e com a falta da divulgação das emissões dos gases poluentes de forma pública para população afetada. Por isso, pensamos nos filtros para chaminés. Além disso, essa proposta possui forte ligação com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas  (ONU), relacionado ao combate das mudanças climáticas”, concluiu a jovem.

Também foi de forma democrática que ocorreu a decisão do projeto da equipe do campus Eunápolis, formada pelo docente Aldemir Inácio de Azevedo e pelas alunas Gabrielly Cardoso Rocha, de 18 anos, atualmente na 3ª série do técnico integrado em edificações, Luisa Ferreira Ton, de 18 anos e Thawany Alves Ferreira, de 17 anos, ambas na 3ª série do curso técnico integrado em meio ambiente. “Desde o início, nos reunimos frequentemente através de chamadas virtuais. Chegamos a essa proposta ao analisar a situação de vulnerabilidade e de desigualdade social da cidade de Eunápolis. A energia elétrica, apesar de ser essencial para a qualidade de vida, não é um bem compartilhado por todos os indivíduos. Dessa forma, percebemos a necessidade de criar um projeto que democratizasse o acesso à energia elétrica, que fosse eficiente, eficaz e de baixo custo”, explicaram as membras da equipe.

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Da esquerda para a direita, as integrantes da equipe EcóLico: Thawany, Gabrielly, Luisa e Aldemir. 

Emoções, desafios e aprendizados

A equipe ChaMinas está encarando o projeto com muita animação, como uma oportunidade de muito aprendizado, conforme relato de Amabile Santos, de 18 anos. “Saber que fomos selecionadas no programa do Power4Girls foi um misto de sentimentos, o desaparecimento da ansiedade que sentíamos dias antes do resultado do processo, que deu espaço para a felicidade e animação pela boa notícia, teve pulos e gritos de tanta emoção por sermos uma das equipes que foram selecionadas para representar o nordeste. Estamos prontas para essa imersão de aprendizado que nos espera!”.

Já Fernanda Rebege pontuou sobre as oportunidades do Powe4Girls, que inclui a troca com equipes de todo país, acompanhamento com um mentor do Programa, além de cursos, seminários e workshops, que também serão oferecidos. “Vai ser uma oportunidade de muito aprendizado, pois os projetos são incríveis e diversos. Aprenderemos muito não só com o nosso projeto, mas com todos. As equipes terão um mentor/mentora que irá nos acompanhar e teremos reuniões semanais. Em setembro, iremos até Brasília (caso as condições sanitárias permitam) pra participar de uma grande feira. Também serão oferecidos cursos, workshops e diversas atividades”, enumerou a docente.

Assim como ChaMinas, a equipe de Eunápolis se diz muito animada com a participação no Power4Girls e aproveitaram para detalhar os próximos passos da equipe e ressaltar a importância da iniciativa. “Ao saber da aprovação,  a reação coletiva foi de grande surpresa, visto que, são 20 vagas para equipes diversas no Brasil inteiro, e também de muita felicidade, pois teremos a oportunidade de desenvolver uma ideia que construímos juntas. E poderemos representar o IFBA nessa iniciativa que envolve toda a Rede Federal”, explicaram. “A primeira parte foi a idealização e escrita do projeto, agora é o desenvolvimento em si para buscarmos a viabilidade operacional da ideia e torná-la concreta. Esse desenvolvimento, devido à pandemia, acontecerá remotamente com orientação do professor Aldemir e mentoria da equipe do Programa”.

Ambas as equipes também pontuaram a importância de Programas que empoderem as meninas e fomentem a ciência: “Quero destacar o quão importante são programas como o Power4Girls para formação de líderes femininas brasileiras. A nossa sociedade precisa de pessoas dispostas a contribuir para mudança desse sistema que destrói o meio ambiente e impacta negativamente na vida de muitos indivíduos de grupos minorizados (mulheres, negros(as) etc).  A equipe ChaMinas é expressão desse desejo de mudança. E não é à toa que revolução é substantivo feminino, pontuou Cailane Gois, de 18 anos.

As integrantes de EcóLico: “Também queremos registrar a importância do programa Power4Girls para a nossa formação humana, cidadã, profissional e científica na perspectiva da criatividade, empoderamento, inovação e liderança, a importância e o desafio do tema deste ano que propõe pensar e criar soluções para a sustentabilidade ambiental”, concluíram.

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