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IFBA une tecnologia ao voluntariado em ações de combate à Covid-19
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) tem utilizado da sua expertise tecnológica para desenvolver ações de combate à Covid-19, causada pelo novo coronavírus. Ao lado de outras quatro instituições, o Instituto está produzindo máscaras com impressão 3D que serão doadas aos profissionais de saúde de Salvador e Lauro de Freitas. A ação voluntária é desenvolvida por um grupo de pesquisadores e “makers” - termo utilizado para definir profissionais que criam ou produzem produtos por conta própria - e visa auxiliar os profissionais na prevenção do risco de contágio pelo vírus.
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) para a face é um complemento às máscaras do tipo N95, comumente utilizadas, e funciona como proteção à região dos olhos, que ficam desprotegidos quando o profissional usa apenas a máscara comum. As primeiras 200 unidades foram entregues ao Instituto Couto Maia nessa semana. Outras 700 já estão prontas e serão repassadas à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), para que esta faça a distribuição para outras unidades de saúde demandantes.
O projeto, batizado de “Face shield for life 3D”, é conduzido por pesquisadores do IFBA, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), do Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC) e conta com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti). O trabalho é realizado em conjunto, com a fabricação de partes do equipamento por instituições diferentes e a coleta, montagem e higienização, pela Bahiana.
O IFBA é responsável pela produção e impressão em 3D de duas partes do equipamento: as tiras plásticas, inferior e superior, que prendem a parte de acetato do EPI. A iniciativa é coordenada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPGI) e pelo Polo de Inovação Salvador (PIS), que está executando, sem interrupções, o trabalho realizado com o uso de polímeros PLA, PC e Nylon, próprios da unidade, sob a liderança dos professores do campus Salvador, Antonio Gabriel Almeida e Allan Edgard Freitas, que conta com a colaboração dos bolsistas Tamires Pereira, Ciro Fialho, Gessica Souza (do Mestrado em Engenharia de Sistemas e Produtos - PPGESP) e Gabriel Ribeiro (estudante de graduação em Engenharia Industrial Mecânica). No total, há cerca de 30 pessoas relacionadas ao projeto.
A reposição do material utilizado na fabricação será realizada por meio de contribuições pela internet, na forma de "Vakinha”. Para reforçar a produção, o campus Salvador, através da Diretoria de Extensão e Relações Comunitárias (Direc), estuda a possibilidade de incorporar as máquinas de prototipagem 3D existentes na unidade à força-tarefa, a fim de produzir mais componentes.
Outras unidades do IFBA também estão envolvidas na produção dos EPIs para a face. No campus Feira de Santana, a iniciativa partiu de professores da área de informática e engenharia, entre eles o professor Fábio Barreto, que fazem parte de um grupo de pesquisadores, professores e voluntários da cidade e região: o CoronaVidas. Está prevista a entrega de 50 máscaras no próximo dia 28 de março, no Hospital Geral Clériston Andrade. Já em Jequié, a iniciativa é realizada em parceria com instituições da região, como a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), e a Secretaria de Saúde do Município. Inicialmente, serão produzidas 1.000 máscaras para cobrir a demanda de toda a região e o excedente será distribuído a unidades de saúde de outras cidades. O grupo também está recebendo contribuições por meio de “Vakinha”.
A dedicação da comunidade acadêmica é destacada por Antônio Almeida. “É importante dizer que toda a comunidade do IFBA está envolvida nessa ação de combate ao novo coronavírus. Aqui no Polo, os estudantes de graduação e mestrado estão, por iniciativa própria, na linha de frente da produção dos equipamentos”, enfatiza o coordenador de projetos do PIS. Ainda de acordo com Almeida, a equipe está avaliando a possibilidade de produzir outros materiais de apoio ao combate da Covid-19 e estuda a participação no edital lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa na Bahia (Fapesb) para o desenvolvimento de pesquisas sobre o vírus.
Outra iniciativa do IFBA que tem ganhado destaque no cenário da pandemia é a criação de mapas para visualizar a propagação dos casos nos bairros da capital baiana. O projeto é desenvolvido pelos professores e geógrafos do campus Salvador, Nilton Santana, Plínio Falcão e Ricardo Bahia, com a utilização da técnica de geoprocessamento, que consiste em relacionar dados espaciais com computação, a junção dos dados da base cartográfica da divisão dos bairros da cidade, das ocorrências da Covid-19 e de informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
“O IFBA tem enfrentado a problemática da Covid-19 a partir de várias vertentes, seja com normativas institucionais de prevenção, destinadas à comunidade acadêmica; seja através de ações de combate à pandemia. Enquanto instituição que produz conhecimento, temos participado de grupos colaborativos de trabalho na busca por soluções preventivas em prol da população. Somada à produção de máscaras, temos pesquisadores atuando na fabricação de ventiladores mecânicos para leitos de UTI. Além disso, está em processo de avaliação, o fomento para implantação de uma rede de solidariedade que consiga mapear pessoas em condição de vulnerabilidade, em função da pandemia, para que sejam assistidas através da captação de recursos voluntários de vários setores da sociedade organizada”, destaca o pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e inovação, Jancarlos Menezes Lapa.
Saiba mais sobre as medidas adotadas pelo IFBA no combate à Covid-19 aqui.