Robótica, Educação & Mundo do Trabalho são tema de estudos interdisciplinares desenvolvidos no campus

Motivação para as disciplinas curriculares, protagonismo juvenil e criticidade. Esses são alguns dos resultados alcançados através de projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos no Campus Jacobina do IFBA por professores e estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio. De natureza interdisciplinar, os estudos aliam a robótica ao universo da educação e mundo do trabalho, com o intuito de fortalecer a relação teoria-prática, além de criar soluções inovadoras e criativas para questões sociais por meio do pensamento computacional.

E/D: Murilo e Deivson

A cultura maker está no centro dos projetos, “o aprender fazendo”, como explica o professor Beliato Campos, doutor em física e orientador dos trabalhos científicos: “A estratégia adotada foi desmistificar conceitos complexos, como lógica de programação e robótica, tornando-os acessíveis e compreensíveis aos estudantes, que se mostraram entusiasmados e engajados com as atividades propostas. A seleção criteriosa das ferramentas e a estruturação dos projetos permitiram a construção de robôs funcionais a partir da integração de diferentes áreas do conhecimento, como física e matemática. Além disso, as visitas realizadas a escolas públicas na região demonstraram o impacto positivo da introdução da robótica no ambiente educacional, sendo ferramenta motivadora para o aprendizado, ao despertar o interesse dos estudantes pela ciência e tecnologia”, destaca.

A equipe já compartilhou a experiência com estudantes do ensino fundamental e docentes do Junco, bem como do município de Itaetê. Na ocasião, os bolsistas apresentaram na prática os comandos desenvolvidos - via celular e tablet -, utilizando o aplicativo Comander EV3, que se baseia numa linguagem similar à da conhecida plataforma ScratchJr. Ainda neste ano estão previstas novas visitas a escolas da região. 

Equipe em visita às escolas

Integram a equipe como colaboradores na montagem e programação os docentes Vitor Otávio Teixeira (eng. elétrico) e Ivo Chaves (TI). Para o jovem Antônio Deivson Oliveira, autor do trabalho Integração de Tecnologia Educacional: A Construção de um Robô Trilha para Ensino de Programação e Iniciação na Robótica, o projeto pode ser aliado de profissionais que trabalham em zonas de risco, como minas. 

Oficinas com estudantes do fundamental

"O robô autônomo permite a projeção de funções simples que substituem a mão de obra humana, ganhando em segurança e agilidade. Aprendemos e compartilhamos conceitos importantes de robótica, como sensoriamento, navegação e programação, de forma prática e divertida, através da tecnologia Arduino, impressora 3D e do Lego Mindstorms. A integração desses componentes permite que o usuário realize locomoção por meio de controle analógico e o envio das capturas de imagens para dispositivos  wireless. A metodologia adotada inclui o desenvolvimento de atividades educacionais, como a programação da garra e, posteriormente, programação para execução autônoma e controle manual via bluetooth, este último devido à necessidade de melhor manuseio em áreas de difícil acesso. A rotina de comandos inclui caminhar e desviar de obstáculos, além do equilíbrio sobre esteiras de locomoção, baseando-se em veículos para aquele tipo de terreno (tratores e tanques)”, explica o jovem.

Já para o colega Murilo Batista Cajé, autor do estudo Desenvolvendo Habilidades em Ciência da Computação através da Programação de Robôs com o Kit Lego, os conceitos aprendidos no curso de informática ajudaram a compreender melhor o robô. “Minha ideia, por meio do artigo, é tornar a robótica acessível, desmistificar a resistência sobre o assunto e começar a construir essas rotinas na educação básica”, pontua.

Ambas os estudos foram aprovados para apresentação na categoria resumo expandido do Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação (XIV CONNEPI), que, neste ano, ocorre no fim do mês de agosto em Belém do Pará. Também foi aprovado para o evento estudo sobre sistema com reconhecimento facial, sob orientação da professora Rebeca Barros, da área de computação, que atualmente está no Campus Feira de Santana.

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