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IV Seminário de Meio Ambiente reúne pesquisadores e público em geral durante quatro dias de evento

por Verusa Pinho publicado: 26/08/2022 11h13, última modificação: 29/08/2022 08h28

Foto: Maria Eduarda Vieira I Aluna de mineração (integrado)

De 23 a 26 de agosto, o IV Seminário de Meio Ambiente do Campus Jacobina do IFBA reuniu pesquisadores e público em geral em torno da reflexão acerca de aspectos científicos, sociais, políticos e econômicos, no contexto do Piemonte da Diamantina e centro-norte baiano.

A abertura do evento ocorreu na noite da terça-feira e emocionou a todos com um repertório especial. Planeta Água, de Guilherme Arantes, Xote Ecológico (Luiz Gonzaga) e Amor de Índio, de Beto Guedes, estiveram entre os destaques das canções entoadas por estudantes e servidores do campus, que formaram uma espécie de orquestra no palco do auditório.

Em seguida, o tema da vez evidenciou o ecoturismo na sua relação com emprego e preservação ambiental, com Raquel Brasil, condutora ambiental e integrante do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema), e Richard Silva, administrador, técnico em meio ambiente pelo IFBA-Jacobina, além de membro-fundador da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (ASPAFF).

Foto: Monitoria do Evento

Em suas falas, os convidados apresentaram as potencialidades naturais da região, bem como os impactos ambientais com a chegada de novos empreendimentos, a exemplo das torres eólicas. “A Serra da Jacobina compreende uma cadeia com extensão de mais de 200 km. Repleta de recursos hídricos, incluindo as nascentes da bacia hidrográfica do rio Itapicuru, e patrimônio histórico-cultural, esta área vem sofrendo diversos impactos ambientais com as atividades de mineração/garimpo, constantes queimadas e desmatamento da mata ciliar, além da implantação de energia eólica nas serras do Tombador, Saúde, Mirangaba... Sabemos que diversos são os impactos envolvidos na instalação das torres, sobretudo para a fauna/flora locais, bem como para as comunidades do entorno. Ou seja, perguntamo-nos se é, de fato, uma energia limpa?”, pontuou Richard Silva, um dos autores do livro Ecocídio das Serras do Sertão, sorteado ao fim do evento.

Na ocasião, estudantes interagiram através de relatos sobre essas problemáticas em suas localidades. Richard, que também é especialista em perícia e auditoria ambiental e educador, ressaltou a importância dos condutores ambientais para o ecoturismo consciente e a geração de renda. Em sua fala, aproveitou para citar os cursos ofertados pela ASPAFF em parceria com a Univasf para formação desses profissionais, que resultaram na criação da Associação de Condutores e Guias de Itaitu (Acagi), hoje atuantes na unidade de conservação integral Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp).

Foto: Monitoria do Evento

Na segunda noite do Seminário, a reflexão das áreas protegidas no diálogo com o envolvimento das comunidades locais e a governança ambiental foi o foco, conduzida pela mestra em direito público e professora universitária Gabriella Barbosa; Sinvaldo Miranda, morador da Comunidade Água Branca e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miguel Calmon; e Samuel de Carvalho, biólogo, doutor em biotecnologia e brigadista voluntário do Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp), com mediação do professor do campus e geógrafo Jorge Ney.

Foto: Monitoria do Evento

A polêmica acerca da atual política de concessão de unidades de conservação (UCs) para a iniciativa privada foi o ponto-chave do debate, com ênfase na participação popular desde a concepção da proposta a sua implantação. No caso do Pesp, vale lembrar a recomendação recente do Ministério Púbico para suspensão do processo de concessão, após ampla mobilização de entidades da sociedade civil organizada.  

Foto: Decom

Neste último dia de Seminário, 26, o mesmo eixo temático está sendo debatido em dois turnos, pela manhã e noite, com os convidados Ubirajara Lira, engenheiro de minas e professor; Osmar Almeida, geólogo, doutor em geofísica aplicada à exploração de águas subterrâneas e integrante da Agência Nacional de Mineral; Rodolfo Renó, engenheiro geológico e coordenador de geomecânica da Yamana Gold, e Anderson Farias, professor da UFRN e doutor em geofísica.   

Foto: Maria Eduarda Vieira I Aluna de mineração (integrado)

Tectonismo e sismologia: abalos sísmicos em Jacobina é o centro das discussões. Durante o turno matutino, ao discorrer sobre a composição interna da Terra, os especialistas explicaram o funcionamento de sismógrafos e aparelhos relacionados, como geofones, demonstrando, através de conceitos e regras consagrados da física e matemática, os cálculos complexos que são feitos para compreensão das falhas geológicas e consequentes ondas sísmicas. 

A apresentação cultural de encerramento está prevista para as 18h30 e ficará por conta do Recicla Som - Projeto Arte de Tocar -, liderado pelo maestro Jal Nunes.

Minicursos e Oficinas 

Na quinta-feira, 25, minicursos e oficinas compuseram a programação do evento. Entre as diferentes temáticas abordadas destacam-se compostagem; produção de sabão com óleo de frituras; potencialidades socioambientais do licuri; fontes digitais de dados para investigações sobre meio ambiente na região do Piemonte da Diamantina; quilombolas e desenvolvimento sustentável. 

Minicurso sobre uso responsável das tecnologias digitais para a Educação Ambiental, com os profs. Vanessa Rios e Demson Oliveira

Minicurso sobre produção de sabão com óleo de fritura. Facilitadores: João Alberto Silva e Patrícia Pessoa
  
Minicurso sobre produção de sabão com óleo de fritura. Facilitadores: João Alberto Silva e Patrícia Pessoa
 
Minicurso sobre compostagem doméstica e resíduos orgânicos com o prof. Leandro Rafael Prado
Roda de Conversa sobre comunidade quilombola e desenvolvimento sustentável com Maria Dalva. Fotos: Monitoria do Evento

Para a estudante do curso técnico subsequente de meio ambiente Elueide Santos, a motivação para participar do evento como monitora é seu interesse por questões sociais. “Foi bastante produtivo e proveitoso, tanto para a minha formação acadêmica como no papel de cidadã”, comenta. 

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