Campus Jacobina oferta vagas para a Licenciatura em Computação através do Sisu 2020.1
De 21 a 26 de janeiro, terça a domingo, interessados em ingressar no Instituto Federal da Bahia - Campus Jacobina, através do nível superior, podem escolher a Licenciatura em Computação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Estão sendo oferecidas 40 vagas. Para se inscrever, é necessário ter participado da edição 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e não ter zerado a redação.
Presente nas mais diversas esferas sociais, a computação é, atualmente, um dos campos de maior crescimento, mesmo diante das incertezas econômicas. “As tecnologias da informação e comunicação perpassam por todas as relações e processos: cotidianos, culturais, econômicos, educativos... O campo de atuação se alarga na mesma velocidade que se expandem essas tecnologias, em todas as dimensões”, explica o professor e atual coordenador do curso, Yuri Wanderley.
“Embora a educação profissional constitua o principal campo de trabalho dos licenciados, haja vista a grande demanda de profissionais para formar os quadros docentes dos cursos técnicos, é possível que eles atuem no ensino básico regular, lecionando disciplinas da área de computação, na consultoria ou gestão de laboratórios de informática, infocentros e outras atividades que demandem conhecimento pedagógico e computacional. Poderão ainda trabalhar como empreendedores, desenvolvendo soluções de informática voltadas para o setor educacional ou ofertando consultoria quanto ao uso de tecnologias na educação”, elenca o docente.
Com duração mínima de quatro anos, aulas noturnas de segunda a sexta-feira e nas manhãs dos sábados, a formação ofertada pelo IFBA, em Jacobina, prepara o futuro profissional para integrar equipes multidisciplinares de consultoria em secretarias de educação, instituições de ensino e empresas, bem como equipes técnicas para construção de ambientes virtuais de aprendizagem.
“O/a licenciado/a está apto/a para atuar tanto na parte técnica quanto pedagógica. São poucos os profissionais que dominam essas duas áreas, o que se revela como um grande diferencial no mundo do trabalho”, destaca Yuri.
A carreira de pesquisador em tecnologias educacionais e ensino da computação ou de empreendedor no desenvolvimento de hardwares e softwares voltados para a educação são outras escolhas. Com estágio supervisionado e atividades complementares, os formandos elaboram monografia, que pode abranger criação de produto, dos quais aplicativos e jogos são exemplos. No Campus Jacobina, seis laboratórios de informática estão disponíveis para os licenciandos, sendo um específico do curso superior.
“No atual estágio do avanço tecnológico, a computação se mostra estratégica, pois, direta ou indiretamente, é aproveitada em todos os setores da economia. No caso de Jacobina, mais de metade da riqueza produzida no município está concentrada na prestação de serviços, que demanda a atuação do profissional de informática, seja na instalação e manutenção de redes de computadores, no gerenciamento de bancos de dados, no desenvolvimento de softwares e sistemas para internet ou na computação gráfica. Além do IFBA, outras instituições de ensino situadas na região ofertam cursos técnicos na área e se caracterizam como possíveis ambientes de trabalho”, ressalta o docente.
Especialista em cibercultura, Yuri foi o principal idealizador da Plataforma Anísio Teixeira, que reúne serviços, softwares livres e recursos educacionais abertos (REAs) relacionados à mediação de práticas pedagógicas e gestão de acervos online, voltados para a educação básica e para a formação continuada dos profissionais da rede pública de ensino do estado da Bahia.
O projeto rendeu publicação na pesquisa TIC Educação 2017, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil, uma das principais publicações nacionais sobre o uso de tecnologias da informação e comunicação nas escolas brasileiras.
Na opinião do formando Gustavo Lopes (8º semestre), a motivação para ingressar no curso se deu pelo aspecto de inovação. “O profissional de computação tem extrema importância na mediação de conhecimento entre pessoas e tecnologias”, pontua.
Gustavo é autor do "e-ACS, Uma aplicação para auxiliar o planejamento de visitas de agentes comunitários de saúde", proposta hospedada pelo Hotel de Projetos, iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFBA (PRPGI) em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O estudante também fez parte da equipe do LISD (Livre Inclusão Social-Digital), iniciativa do analista de tecnologia da informação do Campus Jacobina, Ivo Chaves, em parceria com professores e licenciandos.
Extensão
Em 2018, o curso LISD foi executado na instituição Elohim (bairro Jacobina III) e Casa de Rebeca (Bananeira), beneficiando crianças e pais, além de jovens e idosos. Concretizada desde 2015, através de Programa de Incentivo à Aprendizagem (Pina), a ação extensionista consiste na realização de curso de informática básica em instituições sociais da cidade, abarcando o uso de softwares livres, por meio das funcionalidades essenciais do sistema operacional, aplicativos de escritório (LibreOffice), jogos educacionais e uso da internet.
Fruto de doação da Receita Federal e de outras instituições que os considerava obsoletos, os equipamentos utilizados nas formações e cedidos às entidades para fins educacionais (mais de 30, entre desktops e notebooks) foram recuperados com o auxílio dos discentes do curso integrado ao ensino médio de informática. Os licenciandos, por sua vez, ficam responsáveis pela parte pedagógica, ao lado dos técnicos e professores envolvidos.
“O projeto de extensão tem contribuído ricamente para a nossa formação acadêmica. Através da execução do curso, podemos perceber que a prática da docência vai muito além da técnica, e que nem tudo que vemos na teoria, em sala de aula, funciona na prática. A avaliação diagnóstica das turmas nos mostrou como proceder para que os objetivos propostos fossem alcançados. As pessoas são diferentes, têm seu tempo, problemas externos... Cabe ao professor um bom planejamento, bem como a intermediação do aprendizado de modo crítico e acessível”, descreveu a formanda Laiane Silva, que atualmente é facilitadora do curso Informatizando: Introdução à Informática, ofertado no âmbito da disciplina Estágio Supervisionado em Computação IV com o objetivo de envolver os futuros profissionais e a comunidade externa na dinâmica da área, incluindo temas como robótica pedagógica, letramento e inclusão digitais.
Scratch Day: estimulando o pensamento computacional
Desenvolvido pelas professoras Carina Machado e Valéria Gabriel da Cruz, contando com apoio das licenciandas em computação Ângela de Souza e Jucimaria Santos, o “Scratch Day” teve por objetivo estimular o pensamento computacional em crianças de 8 a 11 anos de idade, seus responsáveis e professores, por meio da ludicidade, raciocínio lógico e aprendizagem criativa, utilizando tablets, a ferramenta ScratchJr e os conceitos de iniciais de programação, computação desplugada e storytelling.
A iniciativa já beneficiou turmas do ensino fundamental da Escola Municipal Beatriz Guerreiro Moreira de Freitas (bairro Mundo Novo) e Almir Lopes de Souza (comunidade Pau Ferro). Após a etapa de elaboração do material didático necessário, encontros semanais de quatro horas/aula reuniram o grupo em torno da ferramenta, totalizando quatro meses de atividades, tanto no IFBA quanto nas referidas escolas.
“O pensamento computacional engloba a habilidade de utilizar conceitos e técnicas da Ciência da Computação na resolução de problemas do cotidiano e nas mais diversas áreas do conhecimento, reforçando as habilidades cognitivas e sociais. Atualmente se compara ao letramento e à matemática”, comenta a docente Carina.
O estudo rendeu participação da equipe no Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE), evento anual e internacional da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). "O pensamento computacional tem sido considerado um dos pilares do intelecto humano, comparado à leitura, escrita e aritmética, uma vez que pode ser utilizado para compreender problemas do cotidiano”, observa Carina.
Para a licencianda Jucimaria Santos, abranger a comunidade foi "o mais bacana da experiência". "Aproveitamos a ocasião para apresentar o campus, despertando o interesse pela futura formação profissional. Muitos comentaram sobre a vontade de estudar em nosso Instituto quando conheciam espaços como os laboratórios. Fiquei impressionada com o desempenho e a participação de algumas crianças, que demonstraram, inclusive, visão para a computação. Por parte delas, criatividade não foi problema!”, revela.
Pesquisa
Recém-criado, o Grupo de Pesquisa em Computação de Jacobina (JaComp) atua no contexto da engenharia de software, banco de dados, ubiquidade e sistemas distribuídos, bem como tecnologia educacional, com ênfase em jogos. Composta por professores e discentes do IFBA, a equipe é coordenada pelo professor Alberto Viana, doutorando em Ciência da Computação e mestre em Modelagem Computacional e Tecnologia Industrial.
“O IFBA nos dá uma bagagem muito grande! Os professores nos incentivam a sermos pesquisadores”, assinala Laiane.
Reconhecimento
Recentemente avaliado pelo MEC com nota 4, numa escala de 1 a 5, o curso formará sua primeira turma no primeiro semestre de 2020. Além da análise de documentos e reuniões com a comunidade acadêmica, incluindo docentes, técnicos administrativos e estudantes, a equipe designada para o processo de reconhecimento também realizou visita às instalações, durante a primeira semana de dezembro.
"A Coordenação da Licenciatura em Computação do IFBA - Campus Jacobina agradece a todos que se empenharam para que o processo de avaliação/reconhecimento ocorresse da melhor forma possível. Em 2020 nossos alunos passarão pelo Exame Nacional de Desempenho Estudantil (Enade). A média dessas duas avaliações formará o Conceito do Curso. Acreditamos muito no potencial da educação superior que ofertamos à região! Continuaremos aperfeiçoando, cada vez mais, as nossas construções, num constante e crescente movimento de formação e colaboração", pontua o professor Yuri.