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VI Semana da Consciência Negra em Jacobina

publicado: 23/11/2017 17h32, última modificação: 23/11/2017 18h18

Desde terça-feira, 21, o campus Jacobina, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), tem sido palco para reflexões em torno das questões étnico-raciais, sobretudo a respeito da consciência negra.

VI Semana da Consciência Negra em Jacobina
Apresentação na VI Semana da Consciência Negra em Jacobina

No primeiro dia de evento, a apresentação musical com o professor de artes, André Lima, e o cine-debate, organizado pelo Núcleo Multidisciplinar, foram os destaques da programação. Na manhã da quarta, 22, a roda de conversa “Ser negro/a hoje: como me vejo”, mediada pelo professor de história, Jorge Luz, trouxe diversos relatos, compartilhados pela pedagoga do campus Indaiara Célia da Silva, pelo estudante do curso de meio ambiente, Levi Santana, e pela ex-aluna, Bianca Rios, que ressaltou o confronto vivido por conta da estética do cabelo afro e a experiência de empoderamento com o projeto Entre Blacks e Tranças, coordenado pelo docente Marcos Paixão.

Na ocasião, Indaiara falou sobre a discriminação sofrida por se considerar negra, mas ter pele clara, ressaltando a diáspora sofrida pelo povo africano e sua identificação com o movimento negro. O jovem Levi também evidenciou o preconceito racial que o acompanha, diariamente, ao lado do estereótipo do “tabaréu”, por ser da roça e do interior do estado (Jacobina). Ao rememorar sua trajetória profissional, arrancou risos do público presente com o que classificou “seu jeito maluco de ser”, problematizando, ainda, a imagem europeia criada em torno de Jesus e exemplos de intolerância religiosa.

VI Semana da Consciência Negra em Jacobina
VI Semana da Consciência Negra em Jacobina

No turno vespertino, foi a vez do Teatro do Oprimido, oficina liderada por Yarasarrath Lyra (IFBA -  Lauro de Freitas). Docente do campus Jacobina, por mais de três anos, a professora de teatro trouxe uma das vertentes da metodologia de Augusto Boal, para quem a dramaturgia é meio para refletir e alterar questões sociais, sobretudo, a relação opressor x oprimido.  “Na Semana da Consciência Negra anterior apresentei para os alunos o teatro-fórum [no qual a plateia se torna protagonista da peça]. Desta vez, vou trabalhar com o teatro invisível, mais espontâneo, através do qual o ator propõe uma situação que já foi planejada, mas o público não sabe que é encenação, parece algo real, então começa a tomar partido e a discutir a situação. É essa a intenção: que ao final haja esse debate e a transformação do oprimido”, explicou.  

Nesta quinta-feira, a poesia negra ganhou vida, com os jovens Rebeca César Gonçalves (aluna) e Ualas Pereira (egresso). Em seguida, os professores de sociologia e inglês, Marcos Paixão e Thiago Nascimento, respectivamente, animaram o público ao som do samba de roda, momento em que servidores e estudantes interagiram sob o embalo do pandeiro e a vibração das palmas. “A ideia surgiu para ser algo lúdico e complementar às aulas, tendo em vista o Novembro Negro e a Lei nº 10.639 [que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial das escolas a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira]”, comentou o docente Marcos. 

Para encerrar as atividades da VI Semana, duas oficinas serão oferecidas para a comunidade IFBA, a partir das 14h desta quinta: Capoeira de Angola, com o professor Thiago Nascimento, e Teatro Livre, com o grupo Rizoma (Uneb). Os registros fotográficos do evento estão disponíveis na fanpage oficial do campus.

 

Por Verusa Pinho (texto e fotos) - Comunicação - Campus Jacobina