Você está aqui: Página Inicial > Institucional > Memorial > Memoria IFBA
conteúdo

História do IFBA

A trajetória dessa Instituição inicia a partir de 1909, quando o Presidente Nilo Peçanha cria as Escolas de Aprendizes e Artífices nas capitais dos estados brasileiros, através do Decreto nº 7.566, oferecendo educação profissional para a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

A Escola de Aprendizes e Artífices da Bahia se transformou no Liceu Industrial de Salvador por determinação da Lei 378/1937. O Decreto-Lei nº. 4.127/1942 instituiu as bases para o estabelecimento do ensino industrial, que passou a ser constituído por escolas técnicas, industriais, artesanais e de aprendizagem. A partir desta data, o Liceu passou a se chamar Escola Técnica de Salvador.

Após vinte e três anos de funcionamento, por meio da Lei nº 4.759/1965, as escolas profissionalizantes passam a ser federais, incorporando na sua denominação a sigla do seu respectivo estado. A Escola Técnica de Salvador passa, então, a se chamar Escola Técnica Federal da Bahia. Em 1993, ocorreu mais uma mudança na nomenclatura e estrutura da instituição com a Lei nº 8.711 "criou o Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia – CEFET, transformando a Escola Técnica em CEFET após a incorporação do Centro de Educação Tecnológica da Bahia - CENTEC" (LESSA, 2002, p. 66).

A partir de 2008, através da Lei nº. 11.892, os antigos CEFET's, as Escolas Agrotécnicas e as Escolas Técnicas passam a compor a Rede Federal de Ensino Profissional, passando a condição de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.

Edifício da Reitoria

O atual edifício da Reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) conta, através de sua estrutura física, um pouco da história de crescimento da própria sociedade soteropolitana. 

Os primeiros registros do edifício fazem referência à segunda metade do século XIX, quando a burguesia de Salvador começou a se deslocar do Centro em direção aos bairros da Barra, Canela, Graça e Vitória. 

Localizado no Canela, era a residência da família Cerqueira Lima, existente desde, pelo menos, 1869.

figura 1.jpg         figura 2.jpg

Croquis de suposição da feição neoclássica do edifício da residência da família Cerqueira Lima.Autora: Aline Rocha

Em 1906, o edifício foi comprado pelos Irmãos Maristas para abrigar as novas instalações do Colégio Nossa Senhora da Vitória (Colégio Marista). O local e o edifício foram descritos como “[...] rua calma, afastada do movimento e a uns 300 metros da referida praça (Campo Grande); havia um vasto quintal, com bela casa, que poderia de transformar em um vasto prédio. Haveria espaços para recreios sombreados e para novas construções”. (SCAPIN, 2003, p.18)

figura 3.jpg

Antiga Rua do Canela (atual Avenida Araújo Pinho), em 1923. Foto: Raymundo Magalhães Fonte: Mais de Salvador


O antigo edifício possuía características neoclássicas. Entretanto, para atender ao novo uso, sofreu diversas alterações e acabou perdendo, quase que completamente, tais características. Suas reformas mais relevantes aconteceram durante as três primeiras décadas do século XX e, em especial, em 1971, com crescimento vertical e horizontal e construção de novos edifícios anexos.

figura 4.jpg

Proposta de acréscimo do segundo andar e sótão, em 1906. Fonte: Fundação Gregório de Mattos

figura 5.jpg

O edifício após a execução da primeira proposta de ampliação. Fonte: Mais de Salvador.

figura 6.jpg

O edifício, em 1918. Fonte: Revista Bahia Ilustrada (1918)

figura 7.jpg

A varanda lateral já existia, em 1927. Fonte: Acervo IFBA.

 

Após inúmeras alterações sofridas ao longo do século, o edifício passou a incorporar diversos elementos físicos de épocas distintas. Entretanto, prevalecem as características do início do século XX, período de transição entre a arquitetura tradicional eclética e a moderna, chamada por alguns estudiosos, de protomoderna. Alguns prédios escolares dos primeiros anos do século XX compartilham de mesma tipologia arquitetônica, atribuída à presença de fachada grandiosa, grande pátio interno, portas com bandeiras, janelas verticais grandes e pesadas, entre outras particularidades. 

O edifício foi sede do Colégio Marista até 2008, quando foi transferida para o bairro de Patamares. 

Com essa mudança, surgiu uma polêmica: diferentes segmentos da sociedade começaram a se mobilizar por conta do interesse de uma empreiteira em comprar o lote para demolir a estrutura e construir torres de apartamentos. A Associação de Pais e Mestres do Colégio Marista de Salvador (Apamema), então, solicitou tombamento do edifício junto ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura da Bahia (Ipac). O tombamento aconteceu ainda em 2008 e a empreiteira acabou desistindo da compra.

figura 8.jpg

Vista aérea do complexo onde funciona a Reitoria do IFBA, em 2012. Autora: Aline Rocha. 

No final de 2008, o Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet-BA) também passava por mudanças significativas. Por conta da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, transformou-se em IFBA e, dentre outras alterações, foi equiparado ao status das universidades federais, com a necessidade de constituir uma reitoria em espaço físico distinto dos campi para desenvolvimento das atividades administrativas. 

Para atender a essa nova estrutura, o Governo Federal adquiriu, em novembro de 2009, o antigo prédio do Colégio Marista para a instalação da Reitoria do IFBA, que passou a funcionar no novo local a partir de 2010. 

Adaptação baseada em: 

ROCHA, Aline dos Santos. Adaptação do edifício do antigo Colégio Marista à sede da Reitoria do IFBA. 2013. 143 f.: il. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Arquitetura, 2013. 

Referências: 

BAHIA ILUSTRADA. Rio de Janeiro, ano II, n.12, 1918.

BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e dá outras providências. Diário Oficial da União – República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 dez. 2008. Seção 1, p.1.

ESCRITURA de compra e venda entre Cel. Pedro E. de C. Lima e sua esposa e a Ordem dos Irmãos Maristas das Escholas. Salvador, 28 jun 1906. Tabelião Affonso Pedreira de Cerqueira, Arquivo Público do Estado da Bahia, L. 1130, F. 27-27V. 

SCAPIN, Achylles. Os Irmãos Maristas na Bahia. Edição Comemorativa ao Centenário do Colégio Marista de Salvador. Recife: Bagaço, 2003. 134p.

Diretores e Reitores

Desde sua implantação, em 1910, até os dias atuais, profissionais de diferentes áreas e perfis estiveram à frente da gestão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA).

A partir da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que cria os Institutos Federais (IFs) e, entre outras mudanças, faz a equiparação ao status de universidades federais, a administração central passa a ser atribuída a uma reitoria. Constituiu-se, assim, o cargo de reitor. 

 

Francisco Antonio Caymmi –  1910 / 1911
Acácio Manoel de Campos França – 1911 /1925
Licério Alfredo Schreiner – 1925 / 1934
Oscar Rocha – 1934 / 1935 (interino)
Ary de Carvalho Armando – 1935 / 1938 
Francisco da Costa Guimarães – 1938  / 1939 (interino)
Antonio S. Artigas – 1939 / 1941
Ericsson Pitombo Jaciobá Cavalcanti – 1941 / 1952
José de Macedo – 1952 / 1961
Walter Orlando D'Oliveira Porto – 1961  / 1971
Gabriel Gonçalves de Senna e Silva – 1971 / 1973
Nazir Ribeiro Fragoso – 1973 / 1974
Pedro Martins de Lima – 1974 / 1974 (interino)
Ruy Santos Filho – 1974 / 1986
Roberto José Trípodi Marchi – 1986 / 1997
Antônio Barreto Barral – 1997 / 2001
Elias Ramos de Souza – 05/2001 a 08/2001
Rui Pereira Santana – Pro tempore – 08/2001 a 02/2002
Rui Pereira Santana – Efetivo – 2002 / 2006
Aurina Oliveira Santana – 2006  / 2009 Diretora Cefet
Aurina Oliveira Santana – Reitora pro tempore – 2009 / 2010
Aurina Oliveira Santana – Reitora – 2010  / 2014
Aurina Oliveira Santana – Reitora pro tempore – 05/2014 a 08/2014
Renato da Anunciação Filho – Reitor – 2014 a 2018
Renato da Anunciação Filho - Reitor pro tempore - 2018 a 2019
Luzia Matos Mota - Reitora - 2020 a atualidade

Primeiros Servidores

No início do funcionamento das atividades da Escola de Aprendizes Artífices da Bahia, de acordo com o Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, a instituição contou com atuação desses profissionais. Os primeiros servidores do IFBA! 

  •  1911 - 1912

Mestres das Oficinas:

Anselmo José de Campos

João Baptista Ferreira dos Santos

Ladislau de Andrade Santos Silva

Lucio Ferreira de Aragão

Vicente de Paula Alfredo

http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=313394&pasta=ano%20191&pesq= 

  •  1915 - 1918

Secretário: Sebastião de Queiroz Couto

Professora: Arminda de Souza Nascimento

Adjunta: Maria Gumercindo Lopes

Mestres das Oficinas:

Anselmo José de Campos

Aparício de Oliveira

João Baptista Ferreira dos Santos

Juvenal Lins Souto

Vicente de Paula Alfredo

Porteiro contínuo: Sylvestre Trajano Cardoso

http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=313394&pasta=ano%20191&pesq= 

  •  1924 - 1929

Secretário: Sebastião de Queiroz Couto

Professora: Estellita da Costa Aguiar

Adjunta: Hermogenes M. Medeiros

Mestres das Oficinas:

Anselmo José de Campos

João Baptista Ferreira dos Santos

Juvenal Lins Souto

Manoel José de Menezes

Vicente de Paula Alfredo

Porteiro-almoxarife: Trajano Cardoso

Professor de desenho: Presciliano Silva

Adjunto: Izidoro Figueira

http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=313394&pasta=ano%20192&pesq= 

Esses registros foram encontrados nas publicações do Almanak Laemmert, no período de 1911 a 1929.